Estações estão abandonadas
Quando a RFFSA (Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima) gerava a malha ferroviária da Paraíba, havia mais de 30 estações espalhadas pelo Estado. Destas estações apenas, Campina Grande, Itabaiana, Juazeirinho, Sousa, Patos e as estações da CBTU da grande João Pessoa continuam abertas.
Encontram-se fechadas, por exemplo, Paula Cavalcanti, Ingá, Soledade, Pombal, Cruz do Espírito Santo, Engenho Central, Galante, Pocinhos, Guarabira, Duas Estradas, São João do Rio do Peixe, Mari, Sapé, Malta, Salgadinho, Passagem, Pilar, entre outras, foram fechadas tanto pela CFN quanto a RFFSA, quando esta foi privatizada.
“Com a degradação das ferrovias a RFFSA fechou”, explica o diretor de assuntos jurídicos e trabalhistas do Sintefep, Aluísio Dias de Medeiros.
Dos quatro trechos existentes, três estão operantes, Itabaiana-Recife, Itabaiana-Sousa, Itabaiana-Fortaleza – o destino Natal está desativado. Desde 1999 não passa nenhum trem de carga para O Rio Grande do Norte, pelo trecho do Km 172 que vai de Paula Cavalcanti até o município de Nova Cruz (RN). Do mesmo jeito não passa nada de Sousa para Mossoró.
Segundo Aluísio até as linhas foram extraídas desse trecho Sousa-Mossoró. “Outros ramais foram desativados em Pernambuco e Alagoas também prejudicaram o transporte de cargas na Paraíba”, reforçou. As linhas a que ele se referiu são a Centro (que liga Recife a Salgueiro) e a Sul (de Recife à Maceió).
A questão trabalhista também foi reclamada pelo dirigente do Sintefep. Quando exista a RFFSA. Prosseguiu, “Havia cerca de 400 ferroviários trabalhando no estado. No momento que surgiu a CFN, ficaram apenas 40, os demais foram demitidos, e outros 120 foram contratados de forma terceirizada”. Maquinistas, manobristas, agentes de estação, mecânicos, artífices de via permanente são alguns dos postos de trabalho.
As principais cargas transportadas eram cimento, açúcar, álcool, ferro guza, adubos, gesso, argila e pneus. O coke deixou de ser carregado, por causa do ramal Cabedelo-Sobral que foi desativado. O açúcar e o cimento ainda geram cargas, exceto para Patos e Pombal.
O milho em grãos (agranel) fazia frete diário e está inexistente. Para esse caso, a explicação está na desativação dos seguintes trechos: Cabedelo-Campina Grande, Cabedelo-Cabo de Santo Agostinho (PE), Cinco Pontas (PE)-Patos e Cinco Pontas-Guarabira.
Em alguns lugares como Paula Cavalcanti, distrito de Cruz do Espírito Santo, por exemplo, famílias inteiras abandonaram suas casas. A decadência das ferrovias na Paraíba afeta tanto a vida econômica com a sócio-cultural de uma localidade.
Linhas estão sucateadas
No Nordeste eram mais de 4.500 Km de trilhos. Hoje, boa parte está destruída. O restante, mal conservado. As vender a CFN o direito de operar a Malha Nordeste, o Governo Federal aparentemente queria se livrar de uma operação precária e onerosa. A concessionária pouco ou nada fez para melhorar o serviço.
Dez anos depois da privatização da malha ferroviária do Nordeste, o cenário é de desmonte de um patrimônio que passou mais de 100 anos para ser construído.
Na Paraíba, a situação dos quase 600 Km de linhas férreas, é um retrato do abandono. Pelo menos 360 Km estão completamente inviabilizados para o transporte de cargas devido à falta de manutenção. Restando apenas o lastro da terra sob os trilhos, as composições não podem rodar. Em vários locais os dormentes foram roubados para virar lenha. A brita virou alicerce de casas. Algumas estações foram demolidas e seus restos servem de recomposição domiciliar. Em outros pontos, os dormentes estão podres. Isto impede que o trem locomova facilmente, ocasionando muitas vezes descarrilamento dos vagões.
Velocidade dos trens é reduzida
O mais cristalino indicativo das péssimas condições de manutenção das linhas da Malha Nordeste é a velocidade com que as locomotivas e vagões trafegam. Os maquinistas são orientados a diminuir a velocidade. Com oito marchas, os trens não costumam andar além da segunda. A marcha mais lenta visa evitar acidentes.
Para se ter noção, um trem percorria em uma hora até 50 Km, hoje essa média caiu de 10 Km/h para 25 Km/h. Outro exemplo: de Itabaiana para Campina Grande o trem fazia o trecho em três horas e quarenta e cinco minutos, antes de 1997 (época em que a CFN obteve a concessão da Malha Nordeste).
Atualmente são precisos cinco horas e dez minutos para que os vagões cheguem em uma das extremidades apontadas. Do mesmo jeito a linha Juazeirinho-Sousa aumentou o tempo de viagem de 7h11 para 10 horas.
Em Campina Grande, a reduzida velocidade dos trens está gerando cenas dignas do Velho Oeste norte-americano. Como a estação fica numa área de favelas, os trens partem com um guarda contratado pela CFN para evitar que as cargas sejam roubadas assim que saem da estação.
Sem a confiabilidade, o transporte de cargas caiu muito. Não há como chegar no prazo estabelecido com o cliente. No tempo da RFFSA, a velocidade média era de 30 a 40 Km. Hoje, por causa da má conservação, não chega a 20 Km.
No trecho de 134 Km entre a cidade do Recife e a estação de Itabaiana, a viagem que duraria seis horas em condições normais está sendo feita no dobro do tempo.
Gargalos impedem crescimento
Há várias explicações para o malogro da privatização. As locomotivas mais novas da CFN têm 46 anos, quando o tempo útil deste tipo de equipamento é de 50 anos.
Também circulam locomotivas com mais de cinco décadas e sem manutenção. Já com relação aos vagões, 70% estão em ruínas.
Os técnicos frisam, por exemplo, que a situação da malha ao ser privatizada não era boa, embora o Governo Federal tivesse feito um investimento de cerca de R$ 50 milhões para melhorar o estado da ferrovia um pouco antes de passar para a concessionária.
Segundo especialistas do setor, esses recursos não foram suficientes e a malha continuou sucateada. O Nordeste recebeu menos investimentos em ferrovia do que o resto do País. Para se ter noção da situação, os trilhos começaram a ser implantados por aqui em 1856, mas somente em 1956 a ferrovia nordestina recebeu investimento, se expandindo e chegando até a localidade de Porto Real do Colégio, perto da divisa entre Sergipe e Alagoas.
A impressão é que o Governo Federal da época de certo modo “empurrou” a Malha Nordeste para a iniciativa privada com a finalidade de se livrar de um grande problema. Isto torna a Malha Nordeste cada vez mais inviável para o transporte de cargas pela região.
Investimentos para recuperar a ferrovia no Nordeste
O Governo Federal está iniciando um projeto que visa revitalizar e modernizar a ferrovia no Nordeste com o projeto da “Transnordestina”. Esta Nova Transnordestina começa no município de Eliseu Martins (PI), depois da bifurcação em Serrita, no Sertão Central de Pernambuco, distante 535 Km do Recife, seguirá num ramal para o Porto de Pecém, no Ceará, e noutro para o Porto do Suape (PE).
Este projeto poderá gerar em média de 620 mil empregos, sendo que 70 mil nos canteiros de obras. Outos 550 mil vagas de trabalho deverão ser permanentes na produção de grãos, especialmente soja e algodão, e na extração de minérios como gipsita, granito e minério de ferro e em outras atividades econômicas. Possibilitará o escoamento da produção de grãos do Sul do Piauí e do oeste da Bahia, como também das frutas produzidas nos perímetros irrigados do Rio São Francisco. O Porto de Pecém no Ceará terá maior condição de operação, trazendo todo este tipo de produção. Os estados do Rio Grande do Norte e Alagoas não serão incluídos no projeto da Nova Transnordestina, ficando de fora.
Parte do projeto já está em vigor, com a recuperação de trilhos, trocas de dormentes, entre outros. Visa também à modernização de estações e equipamentos onde a Transnordestina irá operar. Na Paraíba os investimentos estão confirmados em todos os municípios onde a linha férrea passa.Esperamos que este projeto finalmente seja uma redenção para a ferrovia na Paraíba, que há anos vem sendo desvalorizada e sucateada.
Quando a RFFSA (Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima) gerava a malha ferroviária da Paraíba, havia mais de 30 estações espalhadas pelo Estado. Destas estações apenas, Campina Grande, Itabaiana, Juazeirinho, Sousa, Patos e as estações da CBTU da grande João Pessoa continuam abertas.
Encontram-se fechadas, por exemplo, Paula Cavalcanti, Ingá, Soledade, Pombal, Cruz do Espírito Santo, Engenho Central, Galante, Pocinhos, Guarabira, Duas Estradas, São João do Rio do Peixe, Mari, Sapé, Malta, Salgadinho, Passagem, Pilar, entre outras, foram fechadas tanto pela CFN quanto a RFFSA, quando esta foi privatizada.
“Com a degradação das ferrovias a RFFSA fechou”, explica o diretor de assuntos jurídicos e trabalhistas do Sintefep, Aluísio Dias de Medeiros.
Dos quatro trechos existentes, três estão operantes, Itabaiana-Recife, Itabaiana-Sousa, Itabaiana-Fortaleza – o destino Natal está desativado. Desde 1999 não passa nenhum trem de carga para O Rio Grande do Norte, pelo trecho do Km 172 que vai de Paula Cavalcanti até o município de Nova Cruz (RN). Do mesmo jeito não passa nada de Sousa para Mossoró.
Segundo Aluísio até as linhas foram extraídas desse trecho Sousa-Mossoró. “Outros ramais foram desativados em Pernambuco e Alagoas também prejudicaram o transporte de cargas na Paraíba”, reforçou. As linhas a que ele se referiu são a Centro (que liga Recife a Salgueiro) e a Sul (de Recife à Maceió).
A questão trabalhista também foi reclamada pelo dirigente do Sintefep. Quando exista a RFFSA. Prosseguiu, “Havia cerca de 400 ferroviários trabalhando no estado. No momento que surgiu a CFN, ficaram apenas 40, os demais foram demitidos, e outros 120 foram contratados de forma terceirizada”. Maquinistas, manobristas, agentes de estação, mecânicos, artífices de via permanente são alguns dos postos de trabalho.
As principais cargas transportadas eram cimento, açúcar, álcool, ferro guza, adubos, gesso, argila e pneus. O coke deixou de ser carregado, por causa do ramal Cabedelo-Sobral que foi desativado. O açúcar e o cimento ainda geram cargas, exceto para Patos e Pombal.
O milho em grãos (agranel) fazia frete diário e está inexistente. Para esse caso, a explicação está na desativação dos seguintes trechos: Cabedelo-Campina Grande, Cabedelo-Cabo de Santo Agostinho (PE), Cinco Pontas (PE)-Patos e Cinco Pontas-Guarabira.
Em alguns lugares como Paula Cavalcanti, distrito de Cruz do Espírito Santo, por exemplo, famílias inteiras abandonaram suas casas. A decadência das ferrovias na Paraíba afeta tanto a vida econômica com a sócio-cultural de uma localidade.
Linhas estão sucateadas
No Nordeste eram mais de 4.500 Km de trilhos. Hoje, boa parte está destruída. O restante, mal conservado. As vender a CFN o direito de operar a Malha Nordeste, o Governo Federal aparentemente queria se livrar de uma operação precária e onerosa. A concessionária pouco ou nada fez para melhorar o serviço.
Dez anos depois da privatização da malha ferroviária do Nordeste, o cenário é de desmonte de um patrimônio que passou mais de 100 anos para ser construído.
Na Paraíba, a situação dos quase 600 Km de linhas férreas, é um retrato do abandono. Pelo menos 360 Km estão completamente inviabilizados para o transporte de cargas devido à falta de manutenção. Restando apenas o lastro da terra sob os trilhos, as composições não podem rodar. Em vários locais os dormentes foram roubados para virar lenha. A brita virou alicerce de casas. Algumas estações foram demolidas e seus restos servem de recomposição domiciliar. Em outros pontos, os dormentes estão podres. Isto impede que o trem locomova facilmente, ocasionando muitas vezes descarrilamento dos vagões.
Velocidade dos trens é reduzida
O mais cristalino indicativo das péssimas condições de manutenção das linhas da Malha Nordeste é a velocidade com que as locomotivas e vagões trafegam. Os maquinistas são orientados a diminuir a velocidade. Com oito marchas, os trens não costumam andar além da segunda. A marcha mais lenta visa evitar acidentes.
Para se ter noção, um trem percorria em uma hora até 50 Km, hoje essa média caiu de 10 Km/h para 25 Km/h. Outro exemplo: de Itabaiana para Campina Grande o trem fazia o trecho em três horas e quarenta e cinco minutos, antes de 1997 (época em que a CFN obteve a concessão da Malha Nordeste).
Atualmente são precisos cinco horas e dez minutos para que os vagões cheguem em uma das extremidades apontadas. Do mesmo jeito a linha Juazeirinho-Sousa aumentou o tempo de viagem de 7h11 para 10 horas.
Em Campina Grande, a reduzida velocidade dos trens está gerando cenas dignas do Velho Oeste norte-americano. Como a estação fica numa área de favelas, os trens partem com um guarda contratado pela CFN para evitar que as cargas sejam roubadas assim que saem da estação.
Sem a confiabilidade, o transporte de cargas caiu muito. Não há como chegar no prazo estabelecido com o cliente. No tempo da RFFSA, a velocidade média era de 30 a 40 Km. Hoje, por causa da má conservação, não chega a 20 Km.
No trecho de 134 Km entre a cidade do Recife e a estação de Itabaiana, a viagem que duraria seis horas em condições normais está sendo feita no dobro do tempo.
Gargalos impedem crescimento
Há várias explicações para o malogro da privatização. As locomotivas mais novas da CFN têm 46 anos, quando o tempo útil deste tipo de equipamento é de 50 anos.
Também circulam locomotivas com mais de cinco décadas e sem manutenção. Já com relação aos vagões, 70% estão em ruínas.
Os técnicos frisam, por exemplo, que a situação da malha ao ser privatizada não era boa, embora o Governo Federal tivesse feito um investimento de cerca de R$ 50 milhões para melhorar o estado da ferrovia um pouco antes de passar para a concessionária.
Segundo especialistas do setor, esses recursos não foram suficientes e a malha continuou sucateada. O Nordeste recebeu menos investimentos em ferrovia do que o resto do País. Para se ter noção da situação, os trilhos começaram a ser implantados por aqui em 1856, mas somente em 1956 a ferrovia nordestina recebeu investimento, se expandindo e chegando até a localidade de Porto Real do Colégio, perto da divisa entre Sergipe e Alagoas.
A impressão é que o Governo Federal da época de certo modo “empurrou” a Malha Nordeste para a iniciativa privada com a finalidade de se livrar de um grande problema. Isto torna a Malha Nordeste cada vez mais inviável para o transporte de cargas pela região.
Investimentos para recuperar a ferrovia no Nordeste
O Governo Federal está iniciando um projeto que visa revitalizar e modernizar a ferrovia no Nordeste com o projeto da “Transnordestina”. Esta Nova Transnordestina começa no município de Eliseu Martins (PI), depois da bifurcação em Serrita, no Sertão Central de Pernambuco, distante 535 Km do Recife, seguirá num ramal para o Porto de Pecém, no Ceará, e noutro para o Porto do Suape (PE).
Este projeto poderá gerar em média de 620 mil empregos, sendo que 70 mil nos canteiros de obras. Outos 550 mil vagas de trabalho deverão ser permanentes na produção de grãos, especialmente soja e algodão, e na extração de minérios como gipsita, granito e minério de ferro e em outras atividades econômicas. Possibilitará o escoamento da produção de grãos do Sul do Piauí e do oeste da Bahia, como também das frutas produzidas nos perímetros irrigados do Rio São Francisco. O Porto de Pecém no Ceará terá maior condição de operação, trazendo todo este tipo de produção. Os estados do Rio Grande do Norte e Alagoas não serão incluídos no projeto da Nova Transnordestina, ficando de fora.
Parte do projeto já está em vigor, com a recuperação de trilhos, trocas de dormentes, entre outros. Visa também à modernização de estações e equipamentos onde a Transnordestina irá operar. Na Paraíba os investimentos estão confirmados em todos os municípios onde a linha férrea passa.Esperamos que este projeto finalmente seja uma redenção para a ferrovia na Paraíba, que há anos vem sendo desvalorizada e sucateada.
Gente, em Santa Helena-PB o trem ainda passa? Lá n tem mais estação, as casas de turma foram descaracterizadas, enfim... Abraços*
ResponderExcluirNão. a linha foi desativada.
ExcluirSE OS POLÍTICOS DA PARAÍBA DEIXAREM QUE DESATIVEM FERROVIA NA PARAÍBA: IREI CONSIDERAR A BANCADA DA ASSEMBLÉIA E A BANCADA FEDERAL UNS DESMORALIZADOS.
ResponderExcluirO CUSTO BAIXO QUE A FERROVIA TRAZ PARA O ESTADO É IMENSA E NÃO PODEMOS DEIXAR QUE A FERROVIA FIQUE NO PASSADO.
SE TIVEREM COMPETÊNCIA: AS EMPRESAS CHINESAS E ALEMÃES PODERÃO MODERNIZAR A FERROVIA DE JOÃO PESSOA A CAJAZEIRAS COM UM CUSTO MENOR QUE AS CONSTRUTORAS NACIONAIS.
Em Guarabira os terrenos pertencentes a rede ferroviária estão sendo doados para construção de casas.Referência posto de saúde do Juá,rua Colômbia.
ResponderExcluirVerdade.
ExcluirVerdade.
Excluirem breve esse trecho emtre santa rita e usina são joão sera reativado pela cbtu e será comstruida uma nova estação para expansão do vlt. o projeto ja esta promto.
ResponderExcluirem breve esse trecho emtre santa rita e usina são joão sera reativado pela cbtu e será comstruida uma nova estação para expansão do vlt. o projeto ja esta promto.
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