Olá amigos do HFPB. Em mais uma postagem sobre estações sertanejas, hoje desembarcamos na imemorial estação de Brejo das Freiras, antiga Poço Adão, localizada no município de São João do Rio do Peixe.
A história dessa localidade se remonta a década de 1920, com o prolongamento da Estrada de Ferro Ceará - Parahyba. Obra esta encarregada pela Inspectoria Federal de Obras Contra as Seccas (IFOCS) iniciada em junho de 1920 com o objetivo de construção de grandes açudes no Sertão para suprir as necessidades da população tão escassas nos períodos de estiagens.
As obras seguiram regularmente entre Paiano, no vizinho Estado do Ceará até o primeiro trecho em São João do Rio do Peixe e Cajazeiras, inaugurado oficialmente em 5 de agosto de 1923.
A estação de Poço Adão, era modesta e pequena, servia fundamentalmente para suprir o tráfego de passageiros entre a localidades de Brejo das Freiras e da população rural como um todo. A partir da construção e conclusão do Açude Pilões a estação passou a ser administrada pela Rede de Viação Cearense (RVC) até a criação da RFFSA em 1957.
Uma das histórias marcantes da estação e do município de São João do Rio do Peixe foi o ataque do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o famoso Lampião e seu bando em 14 de maio de 1927, causando pânico na comunidade com ataques a estação e nas redondezas.
Este ataque ao município de São João do Rio do Peixe e região antecedeu o grande combate travado entre a população de Mossoró e os cangaceiros que tentaram invadir esta cidade potiguar no dia 13 de junho de 1927, resultando em uma grande derrota ao grupo de Lampião, sendo mortos os cangaceiros Colchete e Jararaca.
Este ataque ao município de São João do Rio do Peixe e região antecedeu o grande combate travado entre a população de Mossoró e os cangaceiros que tentaram invadir esta cidade potiguar no dia 13 de junho de 1927, resultando em uma grande derrota ao grupo de Lampião, sendo mortos os cangaceiros Colchete e Jararaca.
Brejo das Freiras ainda é muito conhecido também pela suas águas termais. Está localizada a 9 km da sede municipal. A Estância Termal Brejo das Freiras é considerada como balneário de importância significativa, recebendo visitas os ano inteiro.
De acordo com a história do local e sua importância transcrevo aqui parte da postagem de Antonio Nogueira da Nóbrega do blog umolharsobresaojoao.blogspot.com na seguinte maneira:
"No ano de 1921, na gestão de Epitácio Pessoa, então presidente da República, era iniciada a construção do açude de Pilões, com o sangradouro na cota de 268 metros, o que faria submergir inteiramente o local das fontes termais, inutilizando-as para sempre. Para salvá-las, reduziu-se a capacidade de água armazenada - de 350 milhões de metros cúbicos para l3 milhões. Na época, o governador do Estado era Sólon de Lucena.
Em 1932, o governo de Antenor Navarro, entusiasmado com a importância das termas, desapropriou as terras das freiras, através do Decreto 278, de 22 de abril do mesmo ano, considerando-as de utilidade pública. Até os dias de hoje, a Estância Termal de Brejo das Freiras pertence ao Estado, mas poderá mudar de dono, pois o governo deseja privatizar toda a sua rede hoteleira.
Desapropriadas as terras, o arquiteto Nestor Figueiredo estudou um plano urbanístico, e o Interventor do Estado abriu crédito para a execução de seu programa. Mas, com a morte de Antenor Navarro, ocorrida a 26 de abril de 1932, a ideia foi abandonada.
Em 1933, Gratuliano de Brito, então Interventor do Estado, interessado pela criação da Estância Termal, autorizou a realização de estudos complementares, ficando confirmado que as águas termais tinham origem filoniana e subiam até à superfície através de uma profunda fratura geológica, constituindo manifestações de antigas atividades vulcânicas.
A convite de Gratuliano de Brito, Getúlio Vargas, o então presidente da República, e o ministro José Américo de Almeida visitaram o local, fazendo o lançamento da pedra fundamental da cidade termal. Isso ocorreu, provavelmente, no dia 14 setembro de 1933, quando da visita que o presidente fizera a Pilões, a fim de inaugurar o açude público daquela localidade.
A construção do hotel e balneário foi realizada no espaço de seis meses, dando-se a sua inauguração no dia 27 de maio 1944, num sábado, às 16h, tendo sido animada pela orquestra “Jazz Tabajara”. O ato inaugural, que foi presidido pelo Interventor Ruy Carneiro, contou com a presença de autoridades de todo o país, inclusive do prefeito de São João do Rio do Peixe, o Sr. .Gerôncio Nóbrega. No entanto, a situação econômica do Estado não permitiu que o primeiro plano fosse executado integralmente.
Antes da construção do atual hotel e balneários, o que havia no local, era apenas um tanque rudimentar, escavado no chão, com três metros cúbicos de volume, amparado por uma paliçada de madeira, com coberta de telha. Nesse tanque, sem higiene e sem conforto, banhavam-se as pessoas que recorriam aos efeitos miraculosos dessas águas. "
Voltando a história da estação, lamentavelmente foi fechada por ordem do Governo Federal em 25 de janeiro de 1965, consequentemente sendo demolida, ato abominável, sem respeito a memória cultural e história local. Restando apenas a velha plataforma, como um retrato de que ali um dia parava trens ligando os dois estados.
Fonte: http://umolharsobresaojoao.blogspot.com
De acordo com a história do local e sua importância transcrevo aqui parte da postagem de Antonio Nogueira da Nóbrega do blog umolharsobresaojoao.blogspot.com na seguinte maneira:
"No ano de 1921, na gestão de Epitácio Pessoa, então presidente da República, era iniciada a construção do açude de Pilões, com o sangradouro na cota de 268 metros, o que faria submergir inteiramente o local das fontes termais, inutilizando-as para sempre. Para salvá-las, reduziu-se a capacidade de água armazenada - de 350 milhões de metros cúbicos para l3 milhões. Na época, o governador do Estado era Sólon de Lucena.
Em 1932, o governo de Antenor Navarro, entusiasmado com a importância das termas, desapropriou as terras das freiras, através do Decreto 278, de 22 de abril do mesmo ano, considerando-as de utilidade pública. Até os dias de hoje, a Estância Termal de Brejo das Freiras pertence ao Estado, mas poderá mudar de dono, pois o governo deseja privatizar toda a sua rede hoteleira.
Desapropriadas as terras, o arquiteto Nestor Figueiredo estudou um plano urbanístico, e o Interventor do Estado abriu crédito para a execução de seu programa. Mas, com a morte de Antenor Navarro, ocorrida a 26 de abril de 1932, a ideia foi abandonada.
Em 1933, Gratuliano de Brito, então Interventor do Estado, interessado pela criação da Estância Termal, autorizou a realização de estudos complementares, ficando confirmado que as águas termais tinham origem filoniana e subiam até à superfície através de uma profunda fratura geológica, constituindo manifestações de antigas atividades vulcânicas.
A convite de Gratuliano de Brito, Getúlio Vargas, o então presidente da República, e o ministro José Américo de Almeida visitaram o local, fazendo o lançamento da pedra fundamental da cidade termal. Isso ocorreu, provavelmente, no dia 14 setembro de 1933, quando da visita que o presidente fizera a Pilões, a fim de inaugurar o açude público daquela localidade.
A construção do hotel e balneário foi realizada no espaço de seis meses, dando-se a sua inauguração no dia 27 de maio 1944, num sábado, às 16h, tendo sido animada pela orquestra “Jazz Tabajara”. O ato inaugural, que foi presidido pelo Interventor Ruy Carneiro, contou com a presença de autoridades de todo o país, inclusive do prefeito de São João do Rio do Peixe, o Sr. .Gerôncio Nóbrega. No entanto, a situação econômica do Estado não permitiu que o primeiro plano fosse executado integralmente.
Antes da construção do atual hotel e balneários, o que havia no local, era apenas um tanque rudimentar, escavado no chão, com três metros cúbicos de volume, amparado por uma paliçada de madeira, com coberta de telha. Nesse tanque, sem higiene e sem conforto, banhavam-se as pessoas que recorriam aos efeitos miraculosos dessas águas. "
Voltando a história da estação, lamentavelmente foi fechada por ordem do Governo Federal em 25 de janeiro de 1965, consequentemente sendo demolida, ato abominável, sem respeito a memória cultural e história local. Restando apenas a velha plataforma, como um retrato de que ali um dia parava trens ligando os dois estados.
Fonte: http://umolharsobresaojoao.blogspot.com
Local onde existia a estação de Brejo das Freiras, existindo apenas a plataforma. Fonte: Google Street View.
Local onde existia a estação de Brejo das Freiras, existindo apenas a plataforma. Fonte: Google Street View.
Local onde existia a estação de Brejo das Freiras, existindo apenas a plataforma. Fonte: Google Street View
Não é a estação de Brejo das Freiras, mas era similar a esta de Espinharas (Passagem)
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