quinta-feira, 10 de junho de 2010

A Tragédia de "Maria Cabocla"

Olá amigos do EFPB. No dia 13 de janeiro do corrente ano, marcou o aniversário de quarenta anos da pior tragédia ferroviária ocorrida na Paraíba. Esta tragédia ficaria conhecida como "A Tragédia da Maria Cabocla”. Ela não era uma mulher e sim, uma curva fechada, em declive, no fim de uma descida elevada no Planalto da Borborema, entre Campina Grande e o Distrito de Galante. Sempre ocorria descarrilamentos de trens de cargas nas proximidades desta, porém, sem vítimas fatais. O local da curva é perigoso deviso a mesma estar entre barranco de ambos os lados com mais de sete metros de altura.
Todavia, nada se comparou ao ocorrido em 13 de janeiro de 1970. Por volta das 13h35, no distrito campinense de Galante (quilômetro 61 da ferrovia que liga Campina Grande a Recife), local da curva, o trem que era conduzido por José Gomes de Melo, descarrilou matando 10 pessoas na hora, com seis carros, todos com lotação completa, sendo jogados para fora dos trilhos.
Nos dias posteriores, morreram mais sete pessoas em um total de 17 mortos e 154 pessoas feridos.
Campina Grande, por onde o trem passou por volta das 12:40 h antes do acidente, viu um verdadeiro caos se formar em seus hospitais após o sinistro evento, principalmente no Hospital Pronto Socorro de Campina Grande.
O maquinista José Melo, deu o seguinte depoimento a Revista Veja: “Na curva senti um sopapo, como se os trilhos estivessem afundando. Olhei para trás e vi meus vagões virando, um por um. Naquele momento eu não podia fazer mais nada”. O maquinista negou que tivesse feito a “Maria Cabocla” em alta velocidade, apesar da desconfiança de muitos da imprensa paraibana em 1970.
Engenheiros da Rede Ferroviária Nordeste, chegaram a cogitar três hipóteses para o acidente: erro de operação ou aplicação do freio; defeito mecânico; ou excesso de velocidade.
Um diretor da RFNGilvani Pessoa Pires, descartou a época as duas primeiras hipóteses a Revista Veja: “A linha tem pedramento recente e todas as locomotivas da Rede funcionam em condições técnicas perfeitas”.
Novamente, a culpabilidade do acidente recaia sobre o maquinista José Melo, que deu sua versão do acidente a mesma revista: “Saí de Campina Grande às 13h05, para chegar a Galante às 13h40. O desastre foi às 13h36, exatamente a cinco minutos de Galante. O trem fazia 35 quilômetros por hora”.
Após esse desastre, a imprensa paraibana começou uma série de reportagens contra os serviços prestados pela Rede Ferroviária, afirmando que o outrora glorioso serviço, que tanto impulsionou o desenvolvimento campinense e paraibano, estava superado e acima de tudo, tornara-se muito perigoso. Quanto ao acidente, nunca foi explicado o que realmente ocorreu.

Fonte: Retalhos Históricos de Campina Grande


Aspecto dos carros de passageiros descarrilhados no barranco


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