Pesquisando no blog de meu amigo Rau Ferreira, sobre a história da cidade de Esperança, encontrei um desenho de uma planta baixa, sobre a possível construção da estação ferroviária de Esperança (então distrito de Alagoa Nova), do ramal que se prolongaria de Alagoa Grande até o sertão do Estado. A obra seria executada no início dos anos vinte, ainda foram feitos vários serviçoes de prolongamento, onde sairia da estação de Alagoa Grande, passaria por Alagoa Nova, onde alí se construiria o grande túnel da Serra da Beatriz (o que seria o maior do Estado), Esperança, Pocinhos, seguindo até o Sertão de encontro até o Estado do Ceará. O ramal se chamaria de "Ramal de Penetração", mas as obras do ramal de Penetração foram interropidas entre 1923/24 por decreto do então Presidente da Rapública Arthur Bernardes. Na minha opinião, seria muito gratificante se esta obra tivesse saído do papel. Porém o ramal teve seu prolongamente partindo desta vez de Campina grande no final dos anos quarenta e chegando a Patos em 1958, unindo finalmente os estados da Paraíba-Ceará-Pernambuco e Rio Grande do Norte, via férrea.
Segue a matéria do blog:
A Conde D’eu foi a primeira estação de trem da Paraíba. Surgida em 1871 por concessão do Governo Imperial, ligava a atual cidade de João Pessoa ao interior do Estado. A sua construção, porém, teve início em 1880 através da The Conde D’eu Railway Company Limited, e seus trilhos chegaram à Mulungú em setembro de 1883.
Em 1901, esta concessão foi transferida para a Great Western. E em 1907 seus trilhos alcançaram Campina Grande. Eles trouxeram um vigor novo de aglomeração e fundo comercial. Cidades importantes e de certa forma suas rivais, passaram a ser beneficiadas.
Mas o fato é que, quando se deram as discussões a cerca da implantação de uma estrada de ferro de penetração havia a possibilidade de sua passagem por Esperança.
O ponto inicial dos trilhos seria Campina Grande, embora a opinião dominante defendesse o prolongamento do ramal que partia de Alagoa Grande.
O projeto da Inspetoria de Obras Contra as Secas, elaborado em 1919, previa a interligação do Sertão à Estação de Paiano, no Ceará; e o Brejo à Estação de Nova Cruz no Rio Grande do Norte, via Guarabira.
Segundo o plano do IFOCS, esta estrada deveria dirigir-se à Cajazeiras no sertão paraibano, passando antes pelas cidades de Alagoa Grande, Areia, Remigio e Esperança. Daí prosseguindo até alcançar Pocinhos, Juazeirinho e seguindo até Cajazeiras, numa extensão de 439 quilômetros.
José Américo de Almeida quando discute “A Paraíba e seus problemas”, nos dá a seguinte notícia:
“Eis o traçado da estrada. Qualquer que seja a companhia que se organisar para levar a effeito semelhante traçado (...). Da estação do Mulungú partirá um outro ramal na direcção de Alagôa Grande, Brejo de Areia e Esperança”.
O Engenheiro Francisco Soares da Silva Retumba, responsável pela obra, assim opinara:
"Penso que a província da Parahyba tem de ser cortada algum dia por uma extensa rêde de caminho de ferro: é isto indispensavel ao desenvolvimento de sua agricultura, á exploração de suas riquíssimas minas de toda a natureza e, mais que tudo, à introdução da sciencia e da instrucção em toda a sua extensão do território parahybano.”
Mas o projeto nunca saiu do papel. Há quem diga que políticos influentes teriam desviado este entroncamento para outras paragens. Mas esse fato em nada influenciou o nosso município, que continuou crescendo e hoje centraliza a maioria das atividades do brejo, impondo-se como centro comercial forte e importante colégio eleitoral do Estado.
Na figura ao lado observamos as fachadas frontal e lateral da “Estação Esperança”, do acervo do juiz aposentado e historiador Dr. João de Deus Melo.
Caro Jônatas Rodrigues Pereira,
ResponderExcluirFico feliz pela reprodução, que muito nos gratifica. E o seu comentário inicial foi por deveras providente, gostaria de postar em meu blog e solicito autorização.
Att.
Rau Ferreira
Blog HE