A estação de Puxinanã foi inaugurada em 4 de abril de 1951 pela RFN, na ligação ferroviária Patos-Campina Grande, mas a construção da estação foi terminada alguns anos antes. A estação de Puxinanã se chamava Floripes Coutinho, em homenagem ao importante chefe político da região de Pocinhos e Puxinanã falecido na década de trinta. De acordo com a matéria da revista Manaíra, de Campina Grande, de junho de 1951, “dezenas de automóveis não conduziriam no dia 4 de Abril do corrente ano a quantidade de homens e mulheres que três lastros trouxeram à Puxinanã nesse dia para assistirem a inauguração do trecho da Rêde Ferroviária do Nordeste. A festividade foi imponente dentro daquele ambiente de alegria e simplicidade em que os Drs. Pedro e Camilo Collier se apresentavam risonhos e cheios de satisfação pela conquista de mais um povoado ligado à rainha da Borborema através do prolongamento da estrada de ferro Campina Grande-Patos. Ali muitas famílias poderão construir as suas casas residenciais e terem tranzações diárias com Campina Grande tamanha a facilidade de transporte adquirida com a realização excepicional da Empreza Construtora Camilo Collier Ltda. A inauguração, naquele dia, na área jurídica de Puxinanã, do trecho da estrada de ferro que liga Campina Grande ao Estado do Ceará foi presenciada por autoridades federais e estaduais. Destacamos entre as pessoas presentes o sociólogo Lopes de Andrade representante do Exmo. Sr.. Governador José Américo de Almeida, prefeito Elpídio de Almeida, major Antonio Rodembusch vice-prefeito de Campina Grande, major Brigadeiro Alvaro Recker, Cel. Braulio Domingos, Cte. Militar da Rede 7ª, Cap. R. H.. Dobson, representante do Cte. Da 7ª Região Militar, Eng. Vicente de Brito Pereira, diretor do DNEF, Eng. Cornélio Júnior, chefe do D. Fiscal, Eng. Lauriston Pessoa Monteiro, chefe da DC-3, Eng. Gercino Pontes, diretor da RFN, Sr. João Justino Leite, Inspetor de Tráfego de RFN, srs. Aquilino Porto e Caminha França respectivamente, chefes de Tráfego e Linhas, drs. Cláudio Albuquerque do DNEF, Hortencio Ribeiro e outras pessoas de destaque”. É interessante notar que, apesar da festa de 1951, somente em 1958 a linha até Patos foi aberta com um trem regular: basta se verificar os guias ferroviários entre 1951 e 1958. Existiriam trens esporádicos para servir as cidades por onde a linha já estava operante? Não consegui esta resposta. Por muito tempo a estação serviu de parada para passageiros no ramal de Campina Grande. Também servia de transporte para mercadorias provenientes da região. O prédio apresentava uma volumetria retangular com platibandas, a plataforma de embarque e desembarque era de concreto armado, possibilitando a total desobstrução do espaço destinado aos passageiros, o imóvel apresentava traços que lembravam o Art D'ecó; o armazém e as duas casas da velha estação seguiam o mesmo estilo arquitetônico da estação. A estação era semelhante estruturalmente com as estações de Pocinhos, Soledade e Juazeirinho. A estação de Puxinanã foi desativada na década de 1980 pela RFFSA. Infelizmente o prédio foi demolido alguns anos atrás restando apenas a plataforma de embarque no local. "A estação se chamava Floripes Coutinho (só a estação, pois a cidade se chama Puxinanã mesmo), nome de um importante político da região de Pocinhos e Puxinanã, falecido na décade de 1930. Na época do prolongamento da linha de Campina Grande na região (1949), mais de 2.000 tiros de dinamite foram dados para abrir passagem, isso por causa do terreno pedregoso e elevado do município de Puxinanã: diversos cortes em rochas foram feitos. Desta forma hoje Puxinanã é conhecido como a "A cidade dos lagedos", devido à grande quantidade de grandes rochas na região que se estende até Pocinhos. O município de Puxinanã foi emancipado em 1961" (Jonatas Rodrigues, 2006). Apesar da afirmação de Rodrigues que o nome da estação era diferente do da cidade, em nenhum guia ferroviário da época este nome aparecia: era Puxinanã mesmo. Desta forma o município é conhecido como “A cidade dos lajedos”. Em 1958 a RFN terminou e entregou a ligação ferroviária entre Patos e Campina Grande. Esta linha possibilitou a ligação entre as principais capitais nordestinas, e conseqüentemente, a ligação entre o Nordeste com o Sudeste e Sul do Brasil. A estação foi desativada nos anos oitenta depois da desativação do tráfego de passageiros. Tempos depois todo o complexo ferroviário foi demolido como, estação, armazém e vila. Infelizmente não houve a preocupação de preservação de um marco tão importante para a cidade de Puxinanã. (Fontes: Jonatas Rodrigues, 2006; Guias Levi, 1932-1980; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960)