Estação Velha
A primeira estação de Campina Grande foi inaugurada em 2 de outubro de 1907 pela Great Western of Brazil Railway (GWBR), como ponta de linha do Ramal Itabaiana - Campina Grande. "O ano era 1907. Um sentimento de euforia e surpresa tomava conta dos moradores de Campina Grande com a notícia de que chegaria à estação da Great Western - hoje conhecida popularmente como "Estação Velha" - do primeiro trem que atenderia à população da "Rainha da Borborema". O trecho da linha saía de Itabaiana com destino a Campina Grande, passando pelo distrito de Galante.
As obras tiveram início em maio de 1905 e se estenderam até 1907 quando o ramal foi oficialmente inaugurado.
A chegada oficial do trem em Campina Grande é datada de 2 de outubro de 1907, mas estudiosos como Epaminondas Câmara - autor do livro Datas Campinenses - registrou que em 7 de setembro daquele ano a máquina começou a trafegar, ou seja, há 99 anos. Em quase um século de história, especialistas confirmam a importância deste segmento para o desenvolvimento urbano e econômico campinense e criticam a falta de conservação em alguns trechos do Sertão paraibano, por onde a linha férrea passava, que hoje estão jogados ao descaso.
O meio de transporte hoje é utilizado apenas para carregamento de mercadorias. "Onde o trem chegava havia uma movimentação econômica muito grande sem contar nas mudanças comportamentais e culturais que a chegada da novidade promovia no cotidiano da população ", explica o professor Gervácio Batista Aranha, do departamento de História da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). O professor estuda o fenômeno do sistema ferroviário no Nordeste; inclusive a tese de que defendeu no doutorado pela Universidade de Campinas (Unicamp) teve como tema "Trem, Modernidade e Imaginação na Paraíba e Região". Até a década de 1950, a estação foi ponto de destaque no desenvolvimento econômico e cultural campinense.
O transporte de produtos - como o algodão - para outros portos do Brasil e Europa levava e trazia novidades e riquezas, influenciando na vida das pessoas. Como todo importante ato histórico, a chegada do primeiro trem à estação de Campina Grande foi marcada por uma grande presença popular com a participação de autoridades que estruturavam o cenário político da época. Documentos da época mostram que uma banda de música animava o momento e fogos de artifícios convidavam a população local a participar da festa. Uma comitiva da empresa GWBR chegou por volta do meio-dia da quarta-feira, dia 2 de outubro de 1907.
O transporte de produtos - como o algodão - para outros portos do Brasil e Europa levava e trazia novidades e riquezas, influenciando na vida das pessoas. Como todo importante ato histórico, a chegada do primeiro trem à estação de Campina Grande foi marcada por uma grande presença popular com a participação de autoridades que estruturavam o cenário político da época. Documentos da época mostram que uma banda de música animava o momento e fogos de artifícios convidavam a população local a participar da festa. Uma comitiva da empresa GWBR chegou por volta do meio-dia da quarta-feira, dia 2 de outubro de 1907.
Na recepção o prefeito Cristiano Lauritzen acompanhado do major Lino Gomes, major Juvino do Ó, Alferes Manuel Paulino de Morais, professor Clementino Procópio, Monsenhor Sales, Tito Sodré, Benedito Rodrigues, dr. Afonso Campos, dr. José Pinto, Manuel Lins de Albuquerque e os irmãos Cazuza, Miguel e Francisco Barreto engrossavam a lista de personalidades presentes ao momento histórico.
O orador da solenidade era o médico Chateaubriand Bandeira de Melo. Às seis horas da tarde - depois de um atraso de quatro horas - os presentes no local avistaram de longe a máquina - enfeitada com folhas de palmeiras e duas bandeiras do Brasil - e o apito anunciava a tão esperada chegada do trem à Rainha da Borborema.
O professor Gervácio Batista Aranha ainda explica que na época da inauguração, Campina Grande possuía apenas cerca de seis mil habitantes, sendo que quase quatro mil pessoas compareceram ao evento. "Era a realização de um sonho alimentado por mais de duas décadas pela população e autoridades locais", frisa. Mas foi necessário um pouco de pressão política para que o sonho se tornasse realidade. Documentos que tratam do assunto mostram que o prefeito da cidade na época, Cristiano Lauritzen, foi duas vezes ao Rio de Janeiro para conseguir recursos e apoio federal para construção de uma linha férrea para Campina Grande. "Havia muito jogo político nesse sistema, o que deixou muitas cidades prejudicadas", destaca o professor.
O funcionamento do sistema ferroviário no Brasil está ligado diretamente às mudanças de costumes e comportamentos na vida da população campinense, assim como aconteceu com as demais cidades do País que eram atendidas pelo sistema de ferrovias. A conexão com outros pólos econômicos e sociais possibilitou aos campinenses o contato com culturas de outras partes do País, influenciando no modo de viver da sociedade.
No transporte de passageiros, o trem mais famoso na cidade foi o "Asa Branca" que fazia a linha entre Recife -PE e Fortaleza - CE, passando por João Pessoa e Campina Grande (*nota do autor do site: o "Asa Branca" não passava por João Pessoa, e somente passou a correr depois de 8 de fevereiro de 1958, quando foi inaugurado o trecho por ferrovia unindo os Estados da Paraíba e do Ceará. Era sagrado. Todos os dias havia um trem saindo de Pernambuco e outro do Ceará. O som do trem servia de base de horário para muitas pessoas. "Muitas famílias modelavam seu dia a partir do horário de chegada do trem. Se o trem chegava na estação às 9 horas, as tarefas eram divididas em depois e antes da chegada do trem", explica Gervácio. Sob a alegação de inviabilidades econômicas o governo federal começou a desativar diversos trechos pelo País.
Hoje, a imagem mais presente no cotidiano dos campinenses sobre o sistema ferroviário é o funcionamento do trem do forró, durante os festejos do Maior São João do Mundo. O passeio sai da Estação Velha com destino ao distrito de Galante. Na estação também funciona o Museu do Algodão. Somente após em 1958, a já RFN (Rede Ferroviária do Nordeste) terminou e entregou a ligação ferroviária entre esta estação e a de Patos, no Ramal da Paraíba da RVC, e a RFFSA, já controlando as duas linhas, incorporou não só o trecho Patos-Campina Grande como também o trecho Sousa-Patos à rede da RFN.
Estação Nova
A "Estação Nova" de Campina Grande foi a segunda estação da cidade e inaugurada oficialmente no dia 29 de fevereiro de 1961 pela RFN (Rede Ferroviária do Nordeste), em um lugar mais amplo para as máquinas poderem fazer suas manobras, no intuito de expandir os serviços ferroviários em Campina Grande. Sua construção remonta ao ano de 1957, quatro anos antes, em virtude da comemoração do cinquentenário de chegada do trem a Campina Grande. Ela passou recentemente por uma reforma, a cargo da atual concessionária, a CFN.
A edificação apresenta característica do estilo Modernista, e suas linhas arquitetônicas lembram o Lyceu Paraibano, da Capital do Estado em estilo Art Decó. Sua fachada é ornamentada por um painel decorativo, da autoria de Paulo Neves do ano de 1960. O nº do seu patrimônio inscrito na antiga RFFSA é 1240148. A estação foi tombada pelo IPHAEP em 2001. Encontra-se em frente à sua plataforma uma placa alusiva ao Cinquentenário da chegada do 1º Trem de Ferro a Campina Grande como 'marco da valorização econômica do interior Paraibano".
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