segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Obras D'Artes - Bueiro em Arco do Riacho Serra da Portela - Puxinanã

Olá amigos do HFPB. Em visita recente ao município de Puxinanã, no intuito de seguir pesquisando sobre a linha férrea, me deparei com uma bela obra d'arte, se trata de mais um bueiro em arco. Diferentemente dos outros três registrados (já publicados em postagens anteriores), este tem proporções menores em altura, largura e comprimento, porém idênticos aos demais. Escoando águas do Riacho Serra da Portela, sendo este afluente do Riacho Bodocongó, se encontrando mais adiante.
O referido bueiro está localizado a 2,45 quilômetros da antiga estação, no sentido Puxinanã-Pocinhos, próximo ao Sítio Malhada de Areia. Foi construído logo após a inauguração do primeiro trecho do prolongamento Campina Grande - Patos em 4 de abril de 1951, pela Empreza Construtora Camillo Collier S/A.
Construído com estrutura com base de pedra e concreto armado, a referida obra d'arte não apresenta nenhuma rachadura ou desgaste aparente, prova do material empregado na empreitada, mesmo com o abandono de toda a malha do interior paraibano.
O bueiro tem ao todo 13,32 metros de comprimento (excluindo as ombreiras), 3 metros de largura e 2,70 metros de altura (bocas). 
Geralmente as construções destes grandes bueiros em arco eram para transpor um riacho em um grande aterro construído no local. A maior parte do ano estes ficam completamente secos, porém em períodos chuvosos, as águas destes podem correr com muita força, comprometendo a estrutura do aterro, daí a construção de um grande bueiro para o livre fluxo do riacho.
Confira abaixo imagens do Bueiro em Arco do Riacho Serra da Portela:
Bueiro do Riacho Serra da Portela, face sul (boca sul)

Bueiro do Riacho Serra da Portela, face norte. Com muitos galhos e mato se acumulando na boca, resultado de antigas enxurradas

Interior do Bueiro do Riacho Serra da Portela. Saída para a "boca sul"

Interior do Bueiro do Riacho Serra da Portela e seus 13,32 metros de comprimento

Mais um aspecto do bueiro, face sul. Com muitos galhos e mato se acumulando na boca, resultado de antigas enxurradas

Aspecto do aterro e o bueiro se destacando na imagem. Face sul

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Resquícios da Antiga Estação de Cruz do Espírito Santo

Olá amigos do HFPB. Recentemente fui presenteado com fotos do local onde um dia foi a estação de Espírito Santo, antigo nomenclatura da estação, localizada no município de Cruz do Espírito Santo, na Zona da Mata, pelo pesquisador Rodrigo Henrique. O mesmo faz um trabalho excepcional de resgate em imagens de estações da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Trabalho digno de louvor, o que me inspirou a fazer esta postagem.
Rodrigo me passou alguns dados a respeito do local, o local da estação fica a cerca de 1,2 quilômetros de distância do centro de Cruz do Espírito Santo, ao sul da cidade, atravessando o Rio Paraíba.
Rodrigo, descreve da seguinte maneira:

 "Acho sua localização péssima, ...Não tem nenhuma ponte que ligue a cidade a estação. Você tem que atravessar o Rio Paraíba para chegar nela. Se o rio estiver com vazão alta fica meio difícil transpor.

Rodrigo acredita que a estação serviria para a população em torno dos engenhos da região:

"Dada toda essa dificuldade para alcançar a estação a partir da cidade, eu acredito que a mesma servisse mais aos moradores e trabalhadores dos engenhos, do que aos habitantes da cidade de Cruz do Espírito Santo, inclusive há uma estrada de rodagem que passa ao lado da estação."

A antiga estação de Espírito Santo foi construída pela The Conde D'Eu Railway Company, sendo inaugurada em 7 de setembro de 1883, quando o ramal entre a então capital Parahyba (posteriormente João Pessoa) e o então povoado de Camarazal (atual Mulungu) foi oficialmente aberto. 
A referida estação funcionou até aproximadamente o final da década de 1970, quando o transporte de passageiros pelo interior paraibano foi interrompido. Posteriormente demolida, só ficando a plataforma como evidência que ali um dia existiu uma estação. No final do século XIX o seu chefe era Joaquim Dias Pinto. Tratava-se de uma estação de 4° classe, que continha apenas a estação propriamente dita, casa do agente e armazém.
Infelizmente não temos nenhuma foto de como era a estação de Cruz do Espírito Santo, já que há décadas demoliram a mesma. Porém, provavelmente, era da mesma tipologia que outras construídas pela The Conde D'Eu Railway Company, com volumetria de linhas simples, sem maiores adereços artísticos em sua estrutura. Agradeço desde já Rodrigo Henrique pelo fornecimento destas preciosas imagens. Confira abaixo as preciosas imagens:

Resquícios da antiga plataforma de Espírito Santo. Foto: Rodrigo Henrique

Resquícios da antiga plataforma de Espírito Santo a esquerda e casas da região. Foto: Rodrigo Henrique

Resquícios da antiga plataforma de Espírito Santo. Os trilhos estão debaixo de todo o mato e entulhos. Foto: Rodrigo Henrique

Resquícios da antiga plataforma de Espírito Santo. Foto: Rodrigo Henrique