sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Obras D'Artes - Dois Grandes Bueiros em Arco - Puxinanã

Olá amigos do HFPB. Em visita recente ao município de Puxinanã, percorrendo um trecho de 1,78 km de trilha na estrada férrea, constatei duas grandes obras d'arte empregadas neste curto trecho. 
Este trecho faz parte integrante do prolongamento ferroviário entre Campina Grande e Patos iniciado na segunda metade da década de 1940 (trecho partindo de Campina Grande). Na época, Puxinanã era apenas um Distrito campinense, e parte de seu território seria contemplado com o benefício da ferrovia. Já nesta década, as obras foram iniciadas, porém de forma tímida. 
Algumas obras d'arte no trecho correspondente entre a estação de Campina Grande e o Km 9, perto da localidade Santo Isidro, ainda no subúrbio campinense, já haviam sido concluídas, sendo estas ainda atacadas até o Km 17, onde seria construída a estação de Puxinanã.  
Porém em ritmo muito lento, ainda nos últimos anos da companhia Great Western of Brazil Railway (GWBR), as obras de prolongamento só ganharam novo pulso com a aplicação de recursos por parte do Governo Federal em janeiro de 1950. O Governo Federal por parte do então Presidente, Eurico Gaspar Dutra, abriu crédito de 2 milhões de cruzeiros para o prolongamento do mesmo o que seria aplicado imediatamente, e assim o fez.
Os trabalhos seguiram em ritmo adiantado no trecho entre o Sítio Santo Isidro até o Km 17, como havia sido atacado anteriormente, porém incompletos. Seriam necessários mais 8 quilômetros para chegar ao local destinado a implantação da estação de Puxinanã
Os trabalhos foram reiniciados na primeira metade de 1950, sendo concluído em princípios de 1951.
Enfim, o dia tão esperado chegou, no dia 4 de abril de 1951, aconteceu a inauguração do primeiro trecho entregue do prolongamento Campina Grande - Patos. A estação de Floripes Coutinho, isso mesmo, a estação de Puxinanã recebeu a homenagem de uma grande liderança política local no dístico de sua estação. Fora realizada uma grande celebração naquele importante dia. Era terminada a primeira parte das obras.
Mas dentre as obras d'arte deste trecho de 17 quilômetros podemos destacar a construção de dois grande bueiros em arco pleno nas proximidades da então vila, posteriormente município de Puxinanã
O primeiro grande bueiro fica a uma distância de 1 km do centro da cidade (540 metros da antiga estação), fora construído para escoar as águas das barragens Grota Funda e de Puxinanã. Posteriormente, o bueiro fora calçado para o transito entre a zona rural e a urbe. O escoamento fora canalizado para não sobrecarregar o grande aterro.
Este bueiro, muito bem construído pelo sinal, pela Empresa Construtora Camillo Collier Ltda, tem 5 metros de largura em suas "bocas", 13,80 metros de comprimento e 4,8 metros de altura nas suas "bocas".
O segundo bueiro se distancia a 2,5 quilômetros da antiga estação (que por sinal nem existe mais), sentido Puxinanã a Campina Grande. Este, corta o Rio Bodocongó, em uma grande aterro, se assemelhando estruturalmente ao bueiro anterior de arco pleno, porém, apenas o comprimento é um pouco mais curto, com 11,30 metros. 
O detalhe de ambos, é justamente o que foi mencionado anteriormente, o tão bem feito trabalho de alvenaria em pedra e concreto de sua magnífica estrutura, depois de 70 anos, apesar do abandono da linha férrea, as obras d'arte continuam sólidas e imponentes, sem sinal de desgaste aparente.  

Bueiro em Arco de Acesso Rodoviário

Bueiro em arco nas proximidades da cidade. Boca oeste.

Registro em frente ao grande bueiro.

Boca leste do Bueiro.

O grande bueiro e o aterro a cerca de 500 metros da antiga estação local.

Bueiro Rio do Cruzeiro


Bueiro em arco no Rio Cruzeiro a 2,7 km do centro da cidade

Mais um aspecto do grande bueiro bem preservado.

Detalhe da vegetação cobrindo parte da boca.

Interior do bueiro.

Detalhe da boca oeste, tão bem feita obra d'arte.

Boca leste do bueiro no leito do Rio do Cruzeiro. 

Registro no Bueiro do Rio do Cruzeiro.

Mapa da ligação Campina Grande - Patos. Fonte: O Observador - Dezembro de 1947. 

Área em círculo vermelho correspondente ao início do prolongamento entre Campina Grande ao Km 17 em Puxinanã. Fonte: O Observador - Dezembro de 1947. 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Vídeo - Estação de Pocinhos - Abandono e Esquecimento

Olá amigos do HFPB. Em visita realizada na tarde desta terça feira dia 18 de fevereiro, retornei a abandonada estação de Pocinhos para gravar um pequeno vídeo.
Estação esta construída para o prolongamento do Ramal Campina Grande - Patos, concluída com sua inauguração oficial, em 8 de fevereiro de 1958. 
Na última, visita realizada em 29 de novembro de 2018, havia apenas registrado com imagens, desta vez com um significativo vídeo percorrendo algumas partes da deteriorada estação. Lamentavelmente esquecida e negligenciada pelas autoridades competentes. 
O quadro é de total e completo abandono, outrora movimentada, hoje está apenas nas lembranças dos mais saudosistas, esperando que um dia a mesma volte a "vida", já que foi "sepultada" há mais de vinte anos.  
Este é o quadro que se encontra a maior parte da ferrovia brasileira, abandonada e esquecida. Lamentável. Confira:






domingo, 9 de fevereiro de 2020

Vídeo - Antiga Estação de Soledade no Dia de Seu Aniversário

Olá amigos do HFPB. Em mais uma postagem da série em Soledade, trago um vídeo realizados na antiga estação local. O referido vídeo foi feito em 21 de janeiro do corrente ano , como parte de comemoração dos 64 anos da chegada do primeiro trem a estação de Soledade, como foi postado anteriormente. 
Neste vídeo mostra o lamentável estado de conservação do prédio se encontra desde sua desativação na década de 1990. Desde então a estação foi saqueada e "depenada" por completo, restando apenas as paredes e a memória da população da antiga Ibiapinópolis.
Confira abaixo este passeio:


Obras D'Artes - Pontes Rio Lava-Pés e Rio Gravatá - Soledade

Olá amigos do HFPB. Hoje em mais uma postagem relacionado a visita ao município de Soledade no dia 21 de janeiro do corrente ano, trago a vocês duas Obras D'Arte de grande relevância no prolongamento do ramal ferroviário entre Campina Grande a Patos
Tratam-se de duas pontes construídas em concreto armado, pedra, ferro e outros materiais próximos a estação local.  
Retornando aos locais depois de quase dez anos, a última visita se realizou em julho de 2010. 
A primeira ponte sobre o Rio Lava-Pés  dista 310 metros da estação, já no perímetro urbano da cidade. Esta ponte foi construída em 1953, como atesta as inscrições nas bases das ombreiras (pelo menos a conclusão destas ombreiras). Esta ponte tem 24 metros de comprimento por 6 metros de altura. Apresenta dois vãos e um pilar central de sustentação, e seu tipo é de "ponte gangorra", devido ao formato nas extremidades dos encontros com as ombreiras e o pilar (ou pilares). 
A segunda ponte fica a 3,8 quilômetros de distância da estação, direção Soledade - Eng. Benévolo. Está localizado sobre um braço do Açude do Estado, ou Açude Soledade, maior reservatório do município, e seu tributário é o Rio Gravatá.  Assim como a Ponte do Rio Lava-Pés, esta também foi construída em 1953, como atesta as inscrições nas bases das ombreiras. Ao todo, esta ponte tem 40 metros de comprimento, três vãos centrais divididos em dois grande pilares de concreto e alvenaria. No mesmo quadro da anterior, "ponte gangorra".
Lamentavelmente, nesta última, com o total abandono da ferrovia no interior paraibano, ladrões no ano de 2019 furtaram cerca de quase 2 quilômetros de trilhos, inclusive sobre a ponte. Total absurdo e lamentável o quadro que se encontra a ferrovia na maior parte do país.
No trecho entre Soledade e Campina Grande, foram construídas dez dessas pontes, similares as descritas acima. Sendo só no trecho correspondente entre Soledade e Pocinhos, oito delas.
Apesar do abandono e descaso dos órgãos competentes, as pontes encontram-se de regular a bom estado de conservação (apesar de pichações no pilar central da Ponte do Rio Lava-Pés, atestando a maestria do tão bem feito trabalho empregado pela Empresa Construtora Camillo Collier Ltda, responsável pelas Obras D'Arte do prolongamento Campina Grande - Patos  

Ponte do Rio Lava-Pés

Ponte do Rio Lava-Pés, já no perímetro urbano de Soledade 

Ponte do Rio Lava-Pés

Extremidade de uma das ombreiras onde está inscrito a data de construção da mesma

Aspecto sob a ponte em bom estado de conservação 

Aspecto sobre a ponte 

Ombreira de pedra de um dos cantos da ponte

Ponte do Rio Gravatá

Aspecto da ponte. O mato cobriu boa parte da localidade

Mais um aspecto da Ponte do Açude Soledade. Pode-se notar a marca d'água no pilares centrais

Aspecto da ombreira

Aspecto sobre a ponte. Lamentavelmente sem os trilhos furtados por criminosos 

Comparativo das dimensões da mesma comigo. Notem a marca d'água no pilar, quando o açude atinge sua capacidade máxima

Aspecto da Ponte do Açude Soledade em certa distância

Aspecto sob a ponte com enfoque a um dos pilares e a chamada "gangorra" nos encontros com pilar