segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Retrospectiva 2018 - Feliz Ano Novo !

Olá amigos do HFPB. Em nossa última postagem de 2018 não poderia ser diferente, venho agradecer a todos os internautas que visitaram nosso blog durante este ano. É realmente gratificante a aprovação de nossas postagens por parte de todos vocês. 
Em 2018 foram postagens diversas, ao todo 19 destas fizeram parte de nosso blog. Algumas destas postagens foram em visitas realizadas no final de 2017, a exemplo de viagens até as localidades de Itamataí, Guarabira e Pirpirituba.

Dentre as publicações deste ano podemos destacar:
  • Imagens do estado atual da estação de Ingá.
  • Fotos históricas de estações diversas ao longo dos anos.
  • A impressionante história trágica da curva da "Maria Cabocla" em Galante.
  • Um pouco da história das primeiras locomotivas e seus tipos que vieram a Paraíba.
  • Montagem gráfica da estação de Borborema.
  • Matérias em jornais.
  • Visita ao complexo de Pocinhos.
  • Visita por parte da linha férrea em Puxinanã.
  • Postagens atrasadas de 2018


2019 é uma data especial para o HFPB. Para este ano vindouro comemoraremos 10 ANOS DE BLOG. Esta data não poderia ficar de fora, e muitas novidades estão por vir para todos vocês amigos do HISTÓRIA FERROVIÁRIA PARAIBANA. O que virá em 2019 por exemplo; novo painel, nova logomarca, novas visitas em estações e lugares antes não registrados, videos, montagens gráficas, entre outros. Aguardem, novidades nos esperam. 

FELIZ 2019. 

Visita a ferrovia em Pocinhos. 29 de novembro. 
QUE VENHA 2019... 

Locomotiva do Forró e 60 Anos da Ligação Campina Grande - Patos - Postagens Atrasadas em 2018

Olá amigos do HFPB. No decorrer do ano várias postagens de diferentes assuntos fizeram parte de nosso blog. Mas infelizmente, algumas passagens importantíssimas ficaram de fora no decorrer do ano. Peço de antemão desculpas por estas falhas e esquecimento nos momentos apropriados.
Duas importantes passagens ficaram de fora neste ano. Mas nunca é tarde pra corrigir.
A primeira trata-se de uma visita, melhor dizendo, três visitas realizadas destaques neste ano. Infelizmente não fiz menção anteriormente em postagens neste blog. Tratava-se das viagens realizadas por mim na famosa e tradicional "Locomotiva do Forró", durante o mês de junho. Esta nomenclatura já foi alterada ao longo dos anos, foi chamada de "Trem do Forró", "Locomotiva Forrozeira", "Expresso do Forró", "Trem Forroviário". 
Este tradicional passeio junino ocorre todos os anos desde 1997, em um percurso de 23 quilômetros entre a estação velha de Campina Grande (Museu do Algodão) e o Distrito de Galante
Uma locomotiva diesel-elétrica n° 6008 tipo RS-8 da ALCO construída em 1959, levando consigo uma composição de sete carros de passageiros lotados de forrozeiros e turistas de várias partes do Brasil e do mundo.  
Para se fazer justiça a falta por mim cometida na época, postarei aqui fotos tiradas durante o passeio nas três ocasiões. 
A segunda, foi outra falta gravíssima cometida por mim neste ano histórico de 2018, este bem mais grave pelo esquecimento de minha pessoa. Tratava-se da importantíssima data comemorativa dos 60 anos de Inauguração do Prolongamento Campina Grande - Patos
O dia 8 de fevereiro de 1958 foi escolhido para ser o dia da viagem inaugural entre as duas estações. De acordo com o jornalista José Soares de Souza, correspondente do jornal Diário da Borborema de 11 de fevereiro de 1958, que se encontrava em Patos no dia histórico escreveu da seguinte maneira ao jornal: 

No dia 08 do corrente esta cidade viveu momentos de grande alegria com a entrega do tráfego (provisoriamente) da Estrada de Ferro CAMPINA GRANDE - PATOS, uma velha aspiração, não só de Patos como de todo o sertão que hoje também se vê ligado aos grandes centros, através de linhas ferroviárias. A tarde daquele dia grande multidão se concentrou em frente a Estação da R.V.C. aguardando a chegada da composição da Rêde Ferroviária do Nordeste que conduzia mais ilustre embaixada composta entre outros de altas figuras do exército nacional tendo a frente o Dr. Renato feio. Ao chegar a ilustre comitiva o povo vibrou de entusiasmo num gesto de agradecimento àqueles que eram os portadores de tão grande realização. Saudando os homenageados falou em nome das autoridades municipais o dr. Francisco Soares, representando o Governador do Estado falou o deputado José Gaioso, em seguida ocupou o microfone o professor João Noberto, terminando, usou a palavra o GAL. Otacílio Terra Urarahy, agradecendo aquela manifestação e entregando ao trafego a referida ferrovia que será inaugurada oficialmente em abril ou maio próximo, com a presença do senhor presidente da República. 

Enfim, estava concluída esta incrível obra. Sonho este de décadas, concretizado depois de oito anos de trabalho árduo, atravessando vales e montanhas, cidades e povoados. O ramal estava concluído. Trazia assim inúmeros benefícios as localidades cortadas pelo "cinturão de ferro". 
Confira abaixo imagens do tradicional passeio da "Locomotiva do Forró" e da construção do prolongamento Campina Grande - Patos:

Estação Velha, atual Museu do Algodão na expectativa da viagem inaugural da "Locomotiva do Forró" edição 2018. 

Aspecto da linha.

Chegada da "Locomotiva do Forró" a estação velha.

A tradicional e veterana locomotiva 6008. 

Dentro dos vagões.

Aspecto da viagem.

Chegada da composição ao Distrito de Galante.

Descida dos passageiros em Galante.

Carro de linha em Galante.

Aspecto da chegada ao Distrito de Galante.

A bela paisagem e a possante máquina em Galante.

A velha estação de Galante de 1907.

A composição em manobra de retorno a Campina Grande.

Algumas imagens do prolongamento Campina Grande - Patos da época:


Estação de Areia de Baraúnas em 1957.

Estação de Espinharas (Passagem).

Estação e Ponte em Soledade.

Estação "nova". 

Selo comemorativo do prolongamento Campina Grande - Patos. Circulação a partir de janeiro de 1959.

Uma das maiores obras realizadas pela construtora Camillo Collier Ltda, o grande Viaduto da Serra da Viração em Salgadinho. 

Viaduto do Oitis no município de Salgadinho.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Estado Atual da Ferrovia em Puxinanã

Olá amigos do HFPB. Em visita na manhã desta quinta-feira a cidade de Puxinanã, distante 21,5 km de Campina Grande fiz uma visita em parte da linha férrea que corta a periferia desta cidade. Infelizmente o que constatei foi o completo e absoluto abandono da linha naquele trecho. Este abandono como é obvio, é devido o encerramento das atividades de transporte de cargas pelo ramal paraibano há mais de oito anos, desde então, nenhum trem circula pelo local. 
Em parte do trecho percorrido por mim nesta manhã, o mesmo percurso que havia feito nove anos antes, ou seja, em outubro de 2009 na última visita a linha local, o abandono é evidente. A construção do prolongamento Campina Grande - Patos, como ficou conhecido na época, teve início no primeiro semestre de 1950, tinha como objetivo unir duas importantes metrópoles nordestinas, Recife em Pernambuco e Fortaleza no Ceará via Paraíba. Sonho antigo, porém só concretizado de fato em fevereiro de 1958, há exatos sessenta anos atrás, quando enfim foi inaugurado em grande festa realizada. 
O trecho que percorria o então Distrito de Puxinanã (até 1953 pertencia ao município de Campina Grande, a partir deste ano passou a pertencer ao município recém criado de Pocinhos. Em dezembro de 1961 Puxinanã conseguiu sua emancipação política) seria a primeira escala desta empreitada. Verdade esta que os trabalhos seguiram em ritmo acelerado, ficando estes encarregados pela empresa construtora pernambucana Camillo Collier Ltda. A estação foi entregue a população no dia 4 de abril de 1951 em uma grande festa realizada, onde  teve a presença de inúmeras autoridades ligadas a RFN (Rede Ferroviária do Nordeste) e políticas locais e do Estado.
De acordo com a matéria da revista campinense Manaíra, de junho de 1951, mostra a seguinte matéria no dia da inauguração da estação de Puxinanã: “Dezenas de automóveis não conduziriam no dia 4 de Abril do corrente ano a quantidade de homens e mulheres que três lastros trouxeram à Puxinanã nesse dia para assistirem a inauguração do trecho da Rêde Ferroviária do Nordeste. A festividade foi imponente dentro daquele ambiente de alegria e simplicidade em que os Drs. Pedro e Camilo Collier se apresentavam risonhos e cheios de satisfação pela conquista de mais um povoado ligado à rainha da Borborema através do prolongamento da estrada de ferro Campina Grande-Patos. Ali muitas famílias poderão construir as suas casas residenciais e terem tranzações diárias com Campina Grande tamanha a facilidade de transporte adquirida com a realização excepicional da Empreza Construtora Camilo Collier Ltda. A inauguração, naquele dia, na área jurídica de Puxinanã, do trecho da estrada de ferro que liga Campina Grande ao Estado do Ceará foi presenciada por autoridades federais e estaduais. Destacamos entre as pessoas presentes o sociólogo Lopes de Andrade representante do Exmo. Sr.. Governador José Américo de Almeida, prefeito Elpídio de Almeida, major Antonio Rodembusch vice-prefeito de Campina Grande, major Brigadeiro Alvaro Recker, Cel. Braulio Domingos, Cte. Militar da Rede 7ª, Cap. R. H.. Dobson, representante do Cte. Da 7ª Região Militar, Eng. Vicente de Brito Pereira, diretor do DNEF, Eng. Cornélio Júnior, chefe do D. Fiscal, Eng. Lauriston Pessoa Monteiro, chefe da DC-3, Eng. Gercino Pontes, diretor da RFN, Sr. João Justino Leite, Inspetor de Tráfego de RFN, srs. Aquilino Porto e Caminha França respectivamente, chefes de Tráfego e Linhas, drs. Cláudio Albuquerque do DNEF, Hortencio Ribeiro e outras pessoas de destaque”. 
Esta reportagem acima mostra a enorme importância que o trecho inaugurado tinha na época. 
Voltando a caminhada feita pela manhã, percorri um curto trecho de 537 metros, que corresponde do túnel de acesso rodoviário, construído em 1950, este feito em um aterro com os trilhos passando em seu topo, passando por um corte na rocha, até as ruínas de que um dia foi a estação de Floripes Coutinho, isso mesmo, a estação de Puxinanã foi batizada na época em homenagem a este político regional falecido em 1934 e que a décadas está totalmente demolida. 
O mato praticamente cobriu a maior parte do trecho, cena triste com grande quantidade de esqueletos de animais mortos, muito provavelmente em decorrência da estiagem dos últimos anos que assola o Semi-Árido nordestino. Nas proximidades da estação o lixo "toma conta" do local, não lembrando em nada os tempos áureos das décadas de cinquenta a setenta. Lamentavelmente, este foi o quadro encontrado em mais uma visita a uma esquecida e abandonada ferrovia paraibana. 
Me pergunto, até quando as autoridades deste país ainda ignorarão o transporte ferroviário, lamentável.

Trecho da linha férrea onde praticamente não se vê mais os trilhos.

Areia cobriu os trilhos na passagem de nível.

No alto de m corte na rocha onde observa a linha "sufocada" pelo mato.

Uma das várias carcaças de animais que pereceram decorrentes da terrível estiagem que assola o Nordeste há alguns anos.

Uma dos poucos trechos "limpos" (em parte) onde o mato ainda não cobriu.

Até alguns os dormentes desapareceram.

Mais um trecho percorrido no alto do aterro.

Retrato de um tempo áureo.

Túnel rodoviário de acesso, no alto do aterro passa a linha férrea. 11 metros de comprimento, 4 de largura. Bela obra da engenharia ferroviária.

Por dentro do túnel.

Lado oposto do túnel.

Túnel rodoviário de acesso.

Visão geral do grande aterro e do túnel rodoviário de acesso a direita.

Mato cobrindo boa parte da linha.

Marco de linha 230.

Seguindo o trecho onde um arbusto nasceu entre o lastro.

Resto da antiga plataforma da estação totalmente demolida.

Ruínas de que um dia foi a estação "Floripes Coutinho" em Puxinanã.

Aspecto da plataforma e ruínas da estação, demolida a décadas.

Extremidade da plataforma onde até parte dos blocos de rocha foram subtraídos, ao fundo as ruínas da estação.

Ruínas da estação na antiga área da entrada da mesma.

Antiga escada de acesso a estação. Quase que totalmente encoberta pelo mato e lixo.

A única parede ainda de pé da estação. Resistindo ao tempo como alento dos tempos áureos da ferrovia na região.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Parada de Gameleira - KM. 29 - Ramal Itabaiana - Campina Grande

Olá amigos do HFPB. Em mais uma super postagem trago uma espetacular imagem da antiga parada de Gameleira, distrito localizado no município de Mogeiro, na divisa com o município de Ingá, as margens da BR-408.  Situa-se no KM.29, da linha a partir de Itabaiana. Era conhecida como Parada KM.29.
Pertencia a linha Itabaiana - Campina Grande. Esta singela e pequena parada foi inaugurada em março de 1937. Sua única finalidade era de transportar passageiros das imediações do então povoado. O Distrito foi criado pela Lei Estadual n° 4.165 de 17 de julho de 1980.
A região se destacou por décadas no cultivo do algodão, onde seu produto era exportado para os rincões do Nordeste e restante do país.
O Distrito ainda conserva construções de casas e fazendas seculares que remetem a esta época de ouro, ou seja, o "Ouro Branco", como ficou conhecido o algodão.
A parada era simples, como podemos constatar na imagem abaixo, tinha plataforma de pedra com uma placa escrita P (parada), e cobertura simples de madeira um pouco afastada da plataforma. 
Em 23 de janeiro de 1924, ocorreu um grande descarrilamento nas proximidades de Gameleira de uma composição de passageiros, quando a mesma atropelou um gado bovino, felizmente não houve vítimas fatas, porém vários feridos.
Desativada muito provavelmente no final da década de 1970 quando o transporte de passageiros ferroviários deixou de circular pelo interior paraibano.
A imagem histórica de 1940 aproximadamente, foi cedida gentilmente pelo amigo e historiador ingaense Alexandre Ferreira, onde pode ser encontrada em seu livro; Ingá - Retalhos da História... Resquícios de Memórias, 2012

Parada de Gameleira em 1940. Autor desconhecido.