Olá amigos do HFPB. Em visita recente ao município de Puxinanã, percorrendo um trecho de 1,78 km de trilha na estrada férrea, constatei duas grandes obras d'arte empregadas neste curto trecho.
Este trecho faz parte integrante do prolongamento ferroviário entre Campina Grande e Patos iniciado na segunda metade da década de 1940 (trecho partindo de Campina Grande). Na época, Puxinanã era apenas um Distrito campinense, e parte de seu território seria contemplado com o benefício da ferrovia. Já nesta década, as obras foram iniciadas, porém de forma tímida.
Algumas obras d'arte no trecho correspondente entre a estação de Campina Grande e o Km 9, perto da localidade Santo Isidro, ainda no subúrbio campinense, já haviam sido concluídas, sendo estas ainda atacadas até o Km 17, onde seria construída a estação de Puxinanã.
Porém em ritmo muito lento, ainda nos últimos anos da companhia Great Western of Brazil Railway (GWBR), as obras de prolongamento só ganharam novo pulso com a aplicação de recursos por parte do Governo Federal em janeiro de 1950. O Governo Federal por parte do então Presidente, Eurico Gaspar Dutra, abriu crédito de 2 milhões de cruzeiros para o prolongamento do mesmo o que seria aplicado imediatamente, e assim o fez.
Os trabalhos seguiram em ritmo adiantado no trecho entre o Sítio Santo Isidro até o Km 17, como havia sido atacado anteriormente, porém incompletos. Seriam necessários mais 8 quilômetros para chegar ao local destinado a implantação da estação de Puxinanã.
Os trabalhos foram reiniciados na primeira metade de 1950, sendo concluído em princípios de 1951.
Enfim, o dia tão esperado chegou, no dia 4 de abril de 1951, aconteceu a inauguração do primeiro trecho entregue do prolongamento Campina Grande - Patos. A estação de Floripes Coutinho, isso mesmo, a estação de Puxinanã recebeu a homenagem de uma grande liderança política local no dístico de sua estação. Fora realizada uma grande celebração naquele importante dia. Era terminada a primeira parte das obras.
Mas dentre as obras d'arte deste trecho de 17 quilômetros podemos destacar a construção de dois grande bueiros em arco pleno nas proximidades da então vila, posteriormente município de Puxinanã.
O primeiro grande bueiro fica a uma distância de 1 km do centro da cidade (540 metros da antiga estação), fora construído para escoar as águas das barragens Grota Funda e de Puxinanã. Posteriormente, o bueiro fora calçado para o transito entre a zona rural e a urbe. O escoamento fora canalizado para não sobrecarregar o grande aterro.
Este bueiro, muito bem construído pelo sinal, pela Empresa Construtora Camillo Collier Ltda, tem 5 metros de largura em suas "bocas", 13,80 metros de comprimento e 4,8 metros de altura nas suas "bocas".
O segundo bueiro se distancia a 2,5 quilômetros da antiga estação (que por sinal nem existe mais), sentido Puxinanã a Campina Grande. Este, corta o Rio Bodocongó, em uma grande aterro, se assemelhando estruturalmente ao bueiro anterior de arco pleno, porém, apenas o comprimento é um pouco mais curto, com 11,30 metros.
O detalhe de ambos, é justamente o que foi mencionado anteriormente, o tão bem feito trabalho de alvenaria em pedra e concreto de sua magnífica estrutura, depois de 70 anos, apesar do abandono da linha férrea, as obras d'arte continuam sólidas e imponentes, sem sinal de desgaste aparente.
Bueiro em Arco de Acesso Rodoviário
Bueiro em arco nas proximidades da cidade. Boca oeste.
Registro em frente ao grande bueiro.
Boca leste do Bueiro.
O grande bueiro e o aterro a cerca de 500 metros da antiga estação local.
Bueiro Rio do Cruzeiro
Bueiro em arco no Rio Cruzeiro a 2,7 km do centro da cidade
Mais um aspecto do grande bueiro bem preservado.
Detalhe da vegetação cobrindo parte da boca.
Interior do bueiro.
Detalhe da boca oeste, tão bem feita obra d'arte.
Boca leste do bueiro no leito do Rio do Cruzeiro.
Registro no Bueiro do Rio do Cruzeiro.
Mapa da ligação Campina Grande - Patos. Fonte: O Observador - Dezembro de 1947.
Área em círculo vermelho correspondente ao início do prolongamento entre Campina Grande ao Km 17 em Puxinanã. Fonte: O Observador - Dezembro de 1947.
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