sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Great Western of Brazil Railway - GWBR

Olá amigos da EFPB.  Hoje trago um pouco da história de uma companhia que realmente fez história tanto na Paraíba, quanto nos estados que a mesma foi contemplada, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte
Em 1872, alguns capitalistas ingleses reunidos em Londres criaram uma companhia para construir estradas de ferro no Brasil, a Great Western of Brazil Railway Company Limited, que logo ficou conhecida no País como "Gretoeste".
Como a sua similar inglesa, The Great Western Railway Company, criada em 1835, para fazer a ligação entre Londres e a sua parte oeste (Liverpool, Bristol), a nova empresa se destinava a abrir ferrovias em direção ao oeste, numa marcha para o agreste do Nordeste brasileiro.
 Em 1873, a GWBR foi autorizada a funcionar no Império do Brasil e, em 1875, conseguiu do Barão da Soledade, a transferência da concessão para construir em Pernambuco uma ferrovia que, passando por Caxangá, São Lourenço da Mata, Pau d`Alho e Tracunhaém (com ramais para Nazaré da Mata e Vitória de Santo Antão), ligaria o Recife a Limoeiro.
 A inauguração das obras, em 1879, foi bastante festiva e realizou-se em Santo Amaro, no Recife, com a presença do presidente da província de Pernambuco.
 O primeiro trecho Recife-Pau d’Alho só ficou pronto em 1881 e, em 1882, foi aberto ao tráfego a linha Pau d’Alho-Limoeiro, assim como o ramal para Nazaré da Mata.
 Os primeiros diretores da empresa no Brasil foram James Fergusson, David Davies, Hugh Robert Baines, Alfred Phillips Youle, Edward Keir Hett e Spencer Herapath. Com a saída de Hugh Robert Baines, Frank Parish passou a fazer parte da diretoria.
 Entre 1882 e 1883, a Estrada de Ferro Recife - Limoeiro transportou 2.061 passageiros de 1ª classe e 33.377 de segunda. Em 1884 e 1885, com a introdução dos vagões de 3ª classe, foram transportados mais de 60.000 pessoas, sendo de apenas 4%, aproximadamente, os viajantes de 1ª classe.
 Além de passageiros, a GWBR transportava também os principais produtos da região, como açúcar, álcool, madeira, algodão, feijão.
 Depois da estrada Recife-Limoeiro, a empresa construiu a Estrada de Ferro Central de Pernambuco (1885-1896) ligando o Recife a Caruaru.
 A ferrovia iniciava no bairro de Afogados, no Recife, próximo à Casa de Detenção (atual Casa da Cultura), passando por Vitória de Santo Antão, Gravatá, Bezerros, terminando em Caruaru.
 Nessa época, Vitória possuía mais de 70 engenhos; Bezerros, mais de 20 fábricas de rapadura, e Caruaru exportava para o Recife uma grande quantidade de solas, couros, algodão, queijo, feijão, além de realizar uma das maiores feiras de gado da região.
 O primeiro trem que chegou a Caruaru foi todo ornamentado, levando o governador Barbosa Lima, o chefe de polícia Júlio de Melo e outras autoridades.
 A Companhia era primitivamente cessionária da Estrada de Ferro Recife a Limoeiro, que gozava da garantia de juros de 39.375 Libras por ano. Feita a operação de resgate das outras vias férreas, tornou-se ela arrendatária das mesmas, desistindo da garantia de juros, pelo contrato firmado de acordo com o Decreto n. 4.111 de 31 de julho de 1901.
Mais tarde, em virtude do Decreto 5.257, de 26 de julho de 1904, foi efetuada a revisão daquele contrato e firmado o termo de acordo entre o Governo Federal e a Companhia em 28 de julho de 1904.
Esse termo renovou o contrato de arrendamento das estradas Recife ao São Francisco, Sul de Pernambuco, Central de Alagoas, Conde D'Eu, Natal da Independência e Paulo Afonso, incorporou também ao arrendamento a Central de Pernambuco.  
Nos primeiras anos a Companhia determinou a construção do trecho da Central de Pernambuco Antonio Olinto a Pesqueira, a redução da bitola de 1,60 m para a padrão de 1.00 metro na Estrada de Ferro Recife a São Francisco, a construção do Ramal Itabaiana a Campina Grande, a revisão, substituição e aumento do material fixo e rodante, a ligação das estradas que se dirigem ao Recife e a unificação dos prazos de reversão e das clausulas sobre tarifas, no sentido de beneficiar os gêneros de produção nacional. 
Em 1920 firmou-se novo contrato entre a Companhia e o governo brasileiro.
Na época da II Guerra Mundial, a GWBR teve que recorrer à lenha em substituição ao carvão de pedra, o que concorreu para aumentar a devastação das reservas florestais da região. Para remediar um pouco a situação, a empresa criou vários hortos florestais, onde eram cultivadas milhares de mudas de plantas nativas e também aclimatadas no País. Depois, passou a utilizar o óleo combustível, poupando o restante dos recursos naturais existentes.
Em 1945, a Great Western possuía quatro linhas principais: Recife-Nova Cruz, Recife-Albuquerque Né , Recife-Jaraguá e Paulo Afonso.
A empresa chegou a possuir uma rede ferroviária de mais de 1.600 quilômetros distribuídos entre os Estados da Paraíba, Pernambuco e Alagoas.
A história da Great Western está tão ligada à da produção no Nordeste, que ninguém pode escrever sobre a história econômica da região sem consultar seus relatórios e arquivos.
Em 5 de julho de 1950 a Lei n. 1.154 autorizou o governo brasileiro a encampar os contratos da firma GWBR, e no mês de novembro de 1950 os acionistas resolveram liquidar voluntariamente a empresa. Era o fim definitivo desta emblemática companhia que por cinquenta anos abrangeu quatro estados nordestinos com competência e seriedade.


OBS: Oficialmente a GWBR não tinha uma logomarca. Mas todavia esta logo foi utilizada nos carros de passageiros da companhia durante a primeira metade do século XX. Abaixo, Imagem enviada gentilmente pelo amigo recifense André Cardoso, encontrado no Museu do Trem (estação Capiba).



2 comentários:

  1. Meu livro 'A GRETOESTE: A história da rede ferroviária Great Western of Brazil' foi lançado em Natal no mês passado. Editora Ideia, João Pessoa. Vai ter outro lançamento no Museu do Trem no Recife, terça-feira 17 de maio às 15:00 (até as 17:00).

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  2. Preciso saber como ter informações sobre funcionarios da great west . Meu whatsapp é 67-981584999 obrigado

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