terça-feira, 9 de março de 2021

Obras D'Artes - Mais um Grande Bueiro em Arco - Sítio Antas - Puxinanã

Olá amigos do HFPB. Em visita recente ao município de Puxinanã, percorrendo trecho de aproximadamente 4,5 km entre as ruínas da estação local até um pontilhão no Sítio Saulo Maia, por volta do km 3,6 (a partir da estação) no lugar conhecido como Sítio Antas, me deparei com um terceiro grande bueiro em arco.  
Sim, um terceiro grande bueiro de escoamento das águas de um riacho que corta boa parte do município de Puxinanã. Até então tinha conhecimento de outros dois grandes bueiros, construídos pela Empresa Construtora Camilo Collier a partir da segunda metade da década de 1940, quando os trabalhos de prolongamento foram iniciados, sendo este trecho, entre Campina Grande e o então Distrito de Puxinanã entregue em 4 de abril de 1951. 
Inclusive, já foram temas de uma postagem em 2020, na época, não tinha conhecimento da existência deste outro grande bueiro em arco na região, mas tinha suspeitas. Então fui investigar pessoalmente in loco, e as suspeitas foram confirmadas, havia um terceiro grande bueiro em arco na região. Este bueiro ao que me parece, corta o mesmo Rio Bodocongó. Aliás, o percurso da linha férrea no município de Puxinanã em grande pate de seu município segue paralelo a este tributário até adentrar no município de Campina Grande formando o Açude de Bodocongó, este segue por quilômetros até desaguar no Rio Paraíba
Lógico, a população local já conhecia há décadas esta obra d'arte, porém para um pesquisador novato da ferrovia paraibana isto era novidade.
O local até o referido bueiro é um pouco dificultoso, devido a altura do aterro onde o mesmo se localiza, cercas com arame farpado e a vegetação local, enfim, dificultando de certa forma o acesso.  
O referido bueiro tem as seguintes dimensões: 12,85 metros de comprimento (de uma entrada a outra), 6 metros de largura, 6 metros de altura (boca), 12,85 metros (comprimento das ombreiras).
Constatei que em largura e altura este bueiro é um pouco maior que os dois já mencionados anteriormente. 
O que impressiona é o tão bem feito trabalho empregado na época de sua construção, evidenciando a solidez e durabilidade da obra, já que se passaram mais de 70 anos desde sua construção, mesmo com o completo abandono que a malha do interior do Estado vem sofrendo há mais de 10 anos. A vegetação cobre a maior parte do trecho, sem a menor perspectiva de um possível retorno, parece mesmo ser o fim do transporte ferroviário no interior paraibano.
Realmente foi um dia incrível a então "descoberta" desta magnífica obra d'arte, confira abaixo as imagens desta bela obra:
 
O grande bueiro do Rio Bodocongó no Sítio Antas. Aspecto da entrada oeste

Aspecto da entrada oeste

Aspecto da entrada leste

Mais um aspecto da entrada leste

Alto da boca

Interior do mesmo

Comparativo de minha altura com a do bueiro. Entrada oeste

Aspecto de construção de um bueiro em arco semelhante ao bueiro do Sítio Antas em Puxinanã. Caracterizado por métodos ingentes. Notar a plataforma onde seriam despejados areia para a conclusão do aterro. Fonte: O Observador, dezembro de 1947

Colocação de cimbre de um bueiro em arco. Fonte: O Observador, dezembro de 1947

Mapa da obras até então realizadas no prolongamento entre Campina Grande e Patos. Fonte: O Observador, dezembro de 1947

Detalhe do trecho construído entre Campina Grande e Puxinanã, no Km 17, até 1947. Fonte: O Observador, dezembro de 1947

Mapa do Google Earth mostrando o trecho percorrido entre as ruínas da Estação de Puxinanã até o local do Bueiro no Sítio Antas, total de 3,6 km entre as duas localidades

2 comentários:

  1. Ótimo trabalho, o que é bem feito resiste bem ao tempo.

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    1. Muito obrigado Rodrigo. Retribuo com mais postagens sobre a ferrovia paraibana. Abraços.

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