Olá amigos do HFPB. Em visita recente a história estação de Paula Cavalcanti, antiga Entroncamento, o pesquisador Rodrigo Henrique forneceu preciosas imagens da mesma em estado atual.
Entroncamento, como o próprio nome diz, tratava-se de uma importantíssima articulação ferroviária, bastante movimentado, onde trens vindos do Rio Grande do Norte, Litoral, Pernambuco e Interior, como um todo, se encontravam.
Mudou a nomenclatura para Paula Cavalcanti na década de 1950, em homenagem ao "Cazuza Trombone", alcunha de José Francisco de Paula Cavalcanti, proprietário dos Engenhos Massangana e Santana, no município de Cruz do Espírito Santo, onde a estação está localizada.
Rodrigo me informou que a antiga estação virou moradia:
"O acesso a ela não é tão difícil quando eu imaginava, mas a estrada é ruim".
No local exista um alto de linha (trolley) abandonado e deteriorado, Rodrigo analisou o local, porém não conseguiu encontrar vestígios deste alto:
"O mato estava altíssimo, eu nem consegui enxergar esse alto de linha".
Rodrigo afirma, que apesar da estação atualmente servir de moradia, não teve maiores intervenções em sua estrutura, apenas uma pintura de cal branca na mesma, mesmo assim de forma grosseira. Comparando com algumas imagens mais antigas da estação, como há quase 20 anos, ele comenta:
"Na verdade, comparando bem as fotos acho que não ouve modificação na estação. Continua a mesma das fotos de 2007 porém sem a coloração amarelada".
Resumindo, o que Rodrigo constatou, é que a estação está relativamente em um estado razoável de conservação, o que não pode dizer o mesmo do velho armazém, com parte em ruínas, com o telhado desabado e parte da estrutura também em estado avançado de abandono e deterioração.
Há anos, a antiga cobertura da plataforma de zinco, com pilares de ferro da estação já havia desaparecido, restando apenas as bases de cimento. A antiga antena de rádio encontra-se ainda de pé, porém em avançado estado de corrosão.
Coincidentemente, Paula Cavalcanti foi palco para a primeira viagem de locomotiva a vapor na Paraíba, ocorrida em 30 de abril de 1881, entre Parahyba (João Pessoa) e esta localidade, num trecho de 33 quilômetros. Também, partindo dali, em 25 de fevereiro de 1972, a última viagem de uma composição puxada por uma locomotiva a vapor em todo o Nordeste, até Cabedelo.
O local não é nem sombra do que foi um dia, apenas os ecos de um passado glorioso ainda vivem na memoria dos mais saudosistas.
Agradeço mais uma vez Rodrigo Henrique pela gentiliza de disponibilizar as imagens. Confira abaixo as imagens:
A velha estação de Paula Cavalcanti (Entroncamento) em 2022. Foto: Rodrigo Henrique
Mais um aspecto da estação de Paula Cavalcanti em 2022. Foto: Rodrigo Henrique
O armazém muito deteriorado, já sem telhado. Foto: Rodrigo Henrique
Mas um aspecto da estação sem mais a antiga cobertura de zinco e a antiga de rádio em pé, porém deteriorada. Foto: Rodrigo Henrique
A estação no início da década de 2000, ainda com a estrutura em ferro da cobertura da plataforma, sendo retirada pouco tempo depois, restando apenas as bases de cimento. Autor desconhecido
A estação de Paula Cavalcanti em 2007, pode-se notar o "auto de linha", trolley, repousando totalmente deteriorado. Na visita recente, Rodrigo não constatou a presença deste auto no local. Foto: Coaraci Camargo
Q tristeza ver está estação assim.
ResponderExcluirMeu pai trabalhou aí, erra ferroviario na década de 1970. Faleceu no passado. Eu nasci aí em 1977, sempre íamos por Cruz do Espírito Santo, atravessavam pela ponte de Kobe, para chegar até lá.
ResponderExcluirMuito interessante esta história. Sim, pretendo ir até estas localidades para colher dados. Abraços.
ExcluirRecomendo ao Blog, que visitem a estação da Cidade do Ingar. Meu Pai também trabalhou lá, na década de 1980 e ainda há muitos ferroviários, daquela época, morando na cidade, que podem fornecer alguns materiais para o resgate histórico dessa, linda e saudosa página da ferrovia paraibana.
ResponderExcluirMuito legal, deve ter inúmeras histórias envolvendo a ferrovia. Anotado. Abraços. Por favor, nome de seu pai
ExcluirO nome dele era Antonio Claudino da Silva, mas era conhecido, entre os amigos de ferrovia, como "Claudino" Faleceu aos 74 anos em março do ano passado e tinha o sonho de ver a ferrovia restaurada. Abraços!
ResponderExcluirSensacional. Obrigado por compartilhar aqui parte dessa história. Abraços.
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