Olá amigos do HFPB. Passados os festejos juninos na Paraíba e em todo o Brasil, relembremos um dos fatos mais pitorescos daquele importante evento, uma das primeiras viagens do que ficou conhecido como "Trem do Forró", ao longo dos anos foi mudando de nomenclatura, durante os festejos juninos em Campina Grande no ano de 1990.
Em matéria realizada pelo Jornal da Paraíba de 27 de junho de 1990, com o título 'Forroviário': Sucesso na 1° Viagem, traz os bastidores daquela histórica viagem do que veria a ser, a partir de então, constituindo um dos principais atrativos da programação do "Maior São João do Mundo".
De acordo com o referido jornal, traz a matéria da seguinte maneira:
Triângulo, sanfona, zabumba, forró e muita animação por parte dos passageiros, foram os ingredientes responsáveis pelo sucesso da primeira Viagem do "Passeio Forroviário/90", que foi realizada, ontem, dentro da programação do "Maior São João do Mundo". Três vagões superlotados, em sua maioria de turistas, além de alguns campinenses, levaram até o município de Ingá, mais precisamente ao Sítio Arqueológico, cerca de 320 passageiros.
Uma aglomeração de passageiros se formou na Estação Velha (local do embarque), onde a animação já era total por parte dos turistas e de muitos curiosos, tendo o trem seguido viagem rumo a Ingá às 10 horas.
No interior da composição a palavra de ordem por parte dos turistas procedentes do Recife, João Pessoa, Fortaleza, Natal, Rio de Janeiro, São Paulo, Maceió, Bahia, e outras cidades brasileiras, era justamente "forrozar". Para tanto, alguns integrantes da Quadrilha Xote Menina se encarregaram de convidar os passageiros e ensinar essa dança típica da região - o forró.
Máquinas fotográficas e câmera portátil foram instrumentos principais nas mãos dos turistas que, a todo instante, documentavam aquele momento de lazer, entretenimento e muita distração, vivido com muito forró e até mesmo a lambada.
- Na opinião do paulista Miguel Aurélio Soares, que desde o ano passado vem a Campina Grande participar dos festejos juninos, "este passeio está superior que o anterior. Realmente não existe conceito que denomine todo este momento de cultura e lazer", declarou o turista.
CHEGADA A INGÁ - Ao chegaram no município de Ingá, os turistas foram recepcionados por uma banda, e seguiram rumo a três ônibus especiais, no sentido de serem conduzidos até o Sítio Arqueológico, sendo recebidos pela Quadrilha Xote Menina e pelo prefeito do município, Antônio Burity.
Diante das inscrições pré-históricas feitas há mais de cinco mil anos, antes de Cristo, os turistas mão ocultaram as suas surpresas e procuravam ver de perto as inscrições cortadas de forma arredondadas sem ângulos retos, demonstrando desembaraço de quem as elaborou.
- Realmente é um grande enigma e sua beleza indescritível. Acho, particularmente, que estas figuras foram esculpidas da Idade da Pedra Lascada ou polidas por seres extraterrestres". Comentou Elias Ramalho Souto, de Maceió.
O mesmo foi salientado pela carioca e sua amiga campinense, Carla Abreu e Magda Santana, respectivamente, comentando que diante de todo aquele mistério, "resta-nos apenas admirar e torcer para que os estudiosos decifrem estes enigmas".
Após a visitação às Pedras do Ingá, também denominadas de "Itacoatiaras", os turistas presenciaram a apresentação da Quadrilha Xote Menina, além de desfrutarem das belezas da catalogação de todas as árvores existentes, com indicações científicas e nomes regionais, já que algumas estão em extinção, além de plantas medicinais e a beleza do Rio Ingá, que é composto por enormes "pilões" feitos pela erosão.
Dois estandes com trabalhos em rendas, produzidos manualmente pelos artesãos da terra, foram armados para a venda por preços acessíveis.
Na época, as viagens seguiam até o município de Ingá, anos mais tarde, o percurso foi reduzido até o Distrito campinense de Galante, com 21 quilômetros de percurso.
Continuou periodicamente, com a ampliação de mais viagens a cada ano de festejos juninos, até os festejos de 2019, quando as viagens foram paralisadas após descarrilamento da composição no dia 23 de junho, nas proximidades da Fazenda Santana, a cerca de 2,5 quilômetros de Galante, devido ao estado precário da linha férrea. A partir de então, o passeio tão tradicional durante foi suspenso, até que um dia, não se sabe quando, possa voltar a animar os turistas que apreciam este atrativo tão importante no calendário junino de Campina Grande e de toda a Paraíba.
Bela passagem histórica.
ResponderExcluirO Trem do Forró partiu e nunca mais voltou ...
ResponderExcluirPartiu para a última estação deixando partido o meu coração!
"Eu quero o meu São João de volta!"