sábado, 21 de dezembro de 2019

As Famosas Locomotivas "Mogul" da North British Locomotive Company

Olá amigos da HFPB. Hoje trago uma pequena história das célebres locomotivas do tipo "mogul", ou também " duzentas", como ficaram popularmente conhecidas durante o período de atividades na GWBR e depois na RFN.
A locomotiva em questão homenageada nesta postagem, se trata de uma loco do tipo "mogul", de acordo com a classificação whyte de configuração de eixo 2-6-0, construída pela North British Locomotive Company em Glasgow, Escócia do ano de 1904. 
Estas célebres locomotivas britânicas foram a espinha dorsal da companhia Great Western of Brazil Railway (GWBR) nos estados contemplados pela mesma. Foram adquiridas entre 1904 a 1914 mais de oitenta locomotivas deste tipo. Além das mogul, a GWBR também adquiriu da fabricante escocesa os tipos "consolidation" (2-8-0), "mastodon" (4-8-0) e "american" (4-4-0), de acordo com a classificação whyte, esta última atendendo o ramal suburbano de Recife. 
As duzentas foram muito populares durante sessenta anos por onde passou, deixaram sua marca e desempenho comprovados por todos que as operavam.
As "duzentas" tinham em média 15,3 metros de comprimento e 3,7 metros de altura máxima. 
A capacidade do tender era de 9.092 litros d'água, velocidade máxima de 60 km/h, peso aderente de 31.009 kg, rodas motrizes de 1.067 m/m e guia de 787 m/m.
Foram amplamente empregadas em trens de passageiros, cargas e mistos.
Durante as décadas de 1940 e 1950, muitas foram convertidas para queimarem óleo combustível no lugar de lenha ou carvão. Muitas duzentas ainda queimavam lenha em suas caldeiras, como a exemplo da locomotiva de número 248, locomotiva esta que foi a responsável pela inauguração do trecho entre Campina Grande a Soledade no dia 20 de janeiro de 1956, em mais uma etapa de prolongamento do ramal Campina Grande - Patos, inaugurado oficialmente no dia 8 de fevereiro de 1958.
Estas locomotivas em especial receberam um tipo de chaminé que ficaria conhecida como "chaminé balão", devido seu formato se assemelhar com um balão junino. Consistia em reter fagulhas expelidas durante a queima da lenha nas caldeiras, que poderiam causar incêndios entre outros incidentes antes constatados.
Durante sessenta anos estas foram as mais comuns vistas nas estações dos quatro estados cortados pela GWBR e posteriormente RFN, até o fim de sua vida útil a partir da década de 1960, quando foram aposentadas e lamentavelmente cortadas a maçarico, restando praticamente nenhuma (a exceção da número 17 que está localizada no Museu do Trem em Recife e que em 1950 foi convertida para manobreira, sendo esta recebendo a configuração de eixos 2-6-2 e eliminando o tender, com o tranque d'água adicionado na lateral da mesma) no acervo da companhia. Sendo substituídas pelas locomotivas diesel elétricas.
Para os mais saudosistas, as "duzentas" foram símbolo de força e determinação. Aqui deixo minha singela homenagem a estas célebres "senhoras de ferro".

Fontes: Relatório de Locomotivas da Rede Ferroviária do Nordeste em maio de 1959.
Agradecemos a colaboração de Jota " "Mack" de Recife, André Cardoso do Museu do Trem e de Jonas Martins pelo fornecimento de algumas imagens.

Foto de fábrica de 1904 da mogul North British

Abaixo, várias mogul duzentas em diversas localidades no Nordeste:





Em Itabaiana no ano de 1959


Em Borborema na década de 1950



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