segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Locomotivas a Vapor das Usinas da Zona da Mata Paraibana

Olá amigo do super blog HFPB. Hoje trago importantes fotografias de velhas locomotivas a vapor estagnadas em usinas na Zona da Mata de nosso Estado.
Tais imagens foram feitas pelo cônsul inglês e amigo William "Eddie" Edmundson na década de 1994 a 2013. Eddie um grande pesquisador das ferrovias do Rio Grande do Norte a Alagoas (autor do grande livro: A GRETOESTE- A História da Rede Ferroviária Great Western of Brazil), registrou nas usinas de álcool, açúcar e têxtil destes estados as belas e na maioria "esquecidas" Marias Fumaças que um dia fizeram mover nossa economia sobre os trilhos de aço. 
Essas locomotivas pertenciam em sua maioria as usinas que produziam álcool e assucar da várzea do Rio Paraíba, que compreende os municípios de Mamanguape a Santa Rita, onde foram feito os registros fotográficos. Algumas destas locomotivas pertenciam a ferrovias particulares como é o caso da Usina Têxtil Rio Tinto (município de Rio Tinto), onde não havia ligação com a ferrovia principal.
Em um trabalho hercúleo Eddie me contou por uma rede social: "Passei muito tempo na semana passada escaneando as fotos que tenho de locomotivas a vapor que sobreviveram no Nordeste, num esforço para conhecer muitas usinas de cana, de Alagoas até RN, na década de 1990."
Nós que agradecemos Eddie pelo gigante esforço de registrar nosso passado, muitas vezes esquecido e desprezado, como podemos atestar na maioria das locomotivas abaixo:

O & K (Alemanha) 0-4-2T, #2. "Pirajuhy". Fábrica Têxtil Rio Tinto, Município de Rio Tinto. Abril de 2000. Foto: Eddie Edmundson. 

O & K (Alemanha) 0-4-2T, #2. "Pirajuhy". Fábrica Têxtil Rio Tinto, Município de Rio Tinto. Abril de 2000. Foto: Eddie Edmundson. 

O & K (Alemanha) 0-4-2T, #2. "Pirajuhy". Fábrica Têxtil Rio Tinto, Município de Rio Tinto. Abril de 2000. Foto: Eddie Edmundson. 

Sem maiores informações sobre esta locomotiva. Foto: Eddie Edmundson.

Sem maiores informações sobre esta locomotiva. Foto: Eddie Edmundson.

Jung (Alemanha) 0-6-0T, #11504, ano de 1951. "Linhares". Usina Monte Alegre, Mamanguape. 2013. Foto: Eddie Edmundson.

Jung (Alemanha) 0-6-0T, #11504, ano de 1951. "Linhares". Usina Monte Alegre, Mamanguape. 2013. Foto: Eddie Edmundson.

Jung (Alemanha) 0-6-0T, #11504, ano de 1951. "Linhares". Usina Monte Alegre, Mamanguape. 2013. Foto: Eddie Edmundson. 

Jung (Alemanha), 0-6-0T, #11504, ano de 1951. "Linhares". Usina Monte Alegre, Mamanguape. Agosto de 1994, antes da reforma. Foto: Eddie Edmundson. 

Jung (Alemanha), 0-6-0T, #11504, ano de 1951. "Linhares". Usina Monte Alegre, Mamanguape. Agosto de 1994, antes da reforma. Foto: Eddie Edmundson. 

Jung (Alemanha), 0-6-0T, #11504, ano de 1951. "Linhares". Usina Monte Alegre, Mamanguape. Agosto de 1994, antes da reforma. Foto: Eddie Edmundson. 

Henschel & Sohn (Alemanha), 0-4-0WT, #11142, ano de 1912. Usina Santa Rita, município de Santa Rita. 1995. Adquirida pelo Hotel Pousada Restaurante da Estação em novembro de 2017. Foto: Eddie Edmundson.

Henschel & Sohn (Alemanha), 0-4-0WT, #11142, ano de 1912. Usina Santa Rita, município de Santa Rita. 1995. Adquirida pelo Hotel Pousada Restaurante da Estação em novembro de 2017. Foto: Eddie Edmundson.

O & K (Alemanha), 0-6-2T, #11887, ano de 1929. "João Ribeiro - Usina Sant'Anna". Usina Santana, município de Santa Rita. Março de 1994.  Foto: Eddie Edmundson.

O & K (Alemanha), 0-6-2T, #11887, ano de 1929. "João Ribeiro - Usina Sant'Anna". Usina Santana, município de Santa Rita. Março de 1994.  Foto: Eddie Edmundson.

O & K (Alemanha), 0-6-2T, #11887, ano de 1929. "João Ribeiro - Usina Sant'Anna". Usina Santana, município de Santa Rita. Março de 1994.  Foto: Eddie Edmundson.

Locomotivas desgastadas na Usina São João em março de 1994. Foto: Eddie Edmundson.

Porter (EUA), 2-6-0 mogul, #4, #7999, ano de 1946. "Us. Patrocínio-Juí". Usina São João, município de Santa Rita. Março de 1994. Foto: Eddie Edmundson.

Porter (EUA), 2-8-0 consolidation, #5 ?, #8146, ano de 1948. "Parahyba". Usina São João, município de Santa Rita. Março de 1994. Foto: Eddie Edmundson.

Baldwin (EUA), 0-6-2T , #46824, ano provável de 1917. "Us.Sta. Helena". Usina São João, município de Santa Rita. Março de 1994. Foto: Eddie Edmundson.

Porter (EUA), 0-8-0ST #3, #7285, ano de 194o. "Santo Antônio". Usina São João, município de Santa Rita. Março de 1994. Foto: Eddie Edmundson.

W.G. Bagnall (Reino Unido), 0-4-0ST+T, #3, #1956?, provavelmente construída antes de 1945. "São joão". Usina São João, município de Santa Rita. Março de 1994. Foto: Eddie Edmundson.


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Locomotivas e Vagões da Great Western of Brazil Railway (GWBR) - Livro: Impressões do Brazil no Seculo Vinte - 1913

Olá amigos da HFPB. Hoje trago informações extraídas do grande livro Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão-SP,  e encontrada através do site: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300g01.htm.
As informações preciosas contidas nesse grande livro traz dados sobre as ferrovias brasileiras na época. Dentre elas, está a nossa conhecida Great Western (GWBR).
As informações contidas no livro trazem um pequeno histórico sobre a companhia, suas realizações durante os princípios do século XX, e diversas outras atividades nos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, onde a GWBR detinha o controle nesses estados a partir de 1901.
Em um determinado ponto, o livro traz menções ao material rodante da companhia, como transcreveremos abaixo:

Numerosos tipos de toda a sorte de material rodante passaram das companhias primitivas para a Great Western, muitos dos quais bastante antiquados. Grande parte deste estoque foi já substituído por tipos modernos, e essas substituições irão sendo gradualmente feitas até se modernizar todo o estoque.
A maior parte das locomotivas usadas são do tipo Mogul, 2-6-0 com truck duplo, tender com capacidade para quatro toneladas de carvão e 2.000 galões de água; cilindros, 16" x 20"; rodas motrizes, 3' 6"; pressão na caldeira, 160 libras; fornalha, "Belpaire"; movimento, "Walsschart". 67 locomotivas desta classe foram já construídas e postas em tráfego; foram todas construídas pela North British Locomotive Company, que forneceu também três outras classes de locomotivas, a saber: 7 locomotivas tipo 4-8-0, cilindros de 16" x 22", rodas de 3' 6", 160 libras de pressão, para trens de carga dos mais pesados; 12 pequenas locomotivas do tipo Consolidation, cilindros de 15" x 18", para trens de carga nas seções em que os trilhos são leves; 6 locomotivas para passageiros, tipo 4-4-0, cilindros de 16" x 20", rodas de 4' 8" e 160 libras de pressão, para o tráfego suburbano.
Existem ainda 59 outras locomotivas de vários tamanhos e tipos, 21 norte-americanas, 4 francesas e 24 inglesas, as quais quase todas passaram para a companhia com as linhas arrendadas. Estas são empregadas nos trens para os ramais e para manobra nas estações; e as mais pesadas delas, para trens de carga e na construção de novas linhas.
A Great Western possui em tráfego cinco carros-restaurantes do último tipo e com capacidade para 24 passageiros sentados. Esses carros, providos de iluminação elétrica, freios de ar comprimido, cozinha etc., foram construídos pela Metropolitan Amalgamated Carriage & Wagon Company Ltd. Correm nos trens expressos, entre as capitais dos estados de Pernambuco e Alagoas, e Pernambuco e Paraíba.
Os carros de primeira classe, com capacidade para 37 passageiros sentados, são de tipo moderno, com assentos de palhinha, molas e encostos de virar; estrutura inferior de aço do tipo Livesey Gould, freios de ar comprimido, iluminação elétrica pelo sistema Stones. Estes carros foram construídos pela Gloucester Wagon Company e pela Amalgamated Carriage and Wagon Company; a companhia possui 29, mais ou menos semelhantes; e, na última remessa recebida, foram introduzidos alguns melhoramentos ainda mais modernos.
Os carros de segunda classe são semelhantes aos precedentes, com a diferença de terem os assentos de madeira e a iluminação a gás acetileno. Têm capacidade para 72 passageiros sentados. Os carros mistos são uma combinação dos tipos precedentes de carros de primeira e segunda classes e têm capacidade para 18 passageiros de primeira classe e 34 de segunda, todos sentados. São iluminados à luz elétrica, sistema Stone.
Os carros de bagagem e correio são semelhantes aos precedentes, com disposição interna para malas do correio e bagagem. Existem vinte em tráfego. Os restantes carros são de tipos diversos, de fabricação inglesa, norte-americana ou belga. Não há carros dormitórios, pois que não há tráfego noturno; existem, porém, cinco providos de camas, chuveiro, luz elétrica, indicador de velocidade e aparelhados para viagens prolongadas,nos quais o gerente geral e outros empregados superiores fazem as viagens de inspeção.
Os principais tipos do novo material rodante são os seguintes: carros fechados de 25 toneladas, 315; carros fechados de 12 toneladas, 330; carros abertos de 25 toneladas, 245; carros abertos de 12 toneladas, 285; e outros carros, 18. Todos estes vagões são de manufatura inglesa e têm a estrutura inferior do tipo Livesey Gould, trucks de aço e rodas com anel de aço. Os restantes vagões passaram à Great Western com as diferentes linhas arrendadas pelo governo e são de grande variedade de tipos. Incluindo o material antigo, tem a Great Western o total de 151 locomotivas, 253 carros de passageiros etc., 2.171 vagões e 6 saveiros.

De acordo com o transcrito acima, um dos principais fornecedores de locomotivas para a Great Western foi a empresa britânica North British Locomotive Company, criada em 1903 na cidade escocesa de Glasgow através da junção de outras empresas Sharp, Stewart and Company, Neilson and Company e a Dübs & Co. Sendo esta, a empresa britânica mais fornecedora de locomotivas a vapor para vários países do globo.
A North British forneceu locomotivas do tipo Mogul, do arranjo de rodas 2-6-0, sendo este tipo o mais utilizado pela companhia. Também a empresa britânica forneceu os modelos Mastodon, com arranjo de rodas 4-8-0, Consolidation com arranjo de rodas 2-8-0 e os modelos American, com arranjo de 4-4-0. 
O cônsul inglês e amigo William "Eddie" Edmundson, autor do belíssimo livro: "A GRETOESTE - A História da Rede Ferroviária Great Western of Brazil, Ed. Ideia, João pessoa, 2016"., (recomendo a todos conhecerem esta importantíssima obra), me forneceu gentilmente preciosíssimos e raros postais que fazem parte de sua coleção particular de materiais ferroviários raros de sua terra natal a Grã-Bretanha. Estes postais trazem informativos das locomotivas mencionadas na transcrição acima da North British que remetem a primeira década do século XX, quando foram exportadas para o Brasil.  Confira abaixo:

Tipo "Mogul", 2-6-0 da North British. O modelo mais utilizado pela GWBR. Fonte: Eddie Edmundson. 

Tipo "Consolidation", 2-8-0 da North British. Especialmente utilizadas para o transportes de cargas. Fonte: Eddie Edmundson. 

Tipo "Mastodon", 4-8-0 da North British. Fonte: Eddie Edmundson. 

Tipo "Mastodon", 4-8-0 da North British. Fonte: Eddie Edmundson. 

Tipo "American", 4-4-0 da North British. Utilizada no transporte de passageiros suburbano. Fonte: Eddie Edmundson. 

Tipo "Mogul", 2-6-0 da North British. Fonte:  http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300g24g6g.htm

Carro-Restaurante. Construída pela Metropolitan Amalgamated Carriage & Wagon Company Ltd. Utilizadas no trecho entre a capital paraibana e pernambucana.

Interior do Carro-Restaurante. Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300g24g6g.htm

Vagão do tipo "Fechado", muito utilizado pela GWBR com um total de 315 foram utilizadas. Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300g24g6g.htm

Capa do livro: Impressões do Brazil no Século Vinte - 1913







sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Cacimbas - Município de Pirpirituba - Trilha de Aventureiros Locais

Olá amigo do HFPB. Trago aqui imagens atuais da velha estação de Cacimbas, localizada no município de Pirpirituba, Brejo Paraibano
As referidas imagens foram tiradas pelo amigo pirpiritubense o aventureiro e trilheiro, Emival Galiza Barros, no último dia 1 de novembro em companhia de seus amigos também ciclistas Jackson David (conhecido como Bilito) e Josemário
A estação fica a cerca de 6,8 Km de distância da antiga estação de Pirpirituba (atual fórum municipal) pelo antigo caminho dos trilhos. 
Cacimbas constituiu em uma das seis estações da antiga "Estrada de Ferro Independência - Picuhy", posteriormente mais conhecida como Ramal de Bananeiras. Segundo o mesmo Emival o local da estação fica próximo ao Sítio Boca da Mata onde existia um engenho de rapadura e aguardente. Também nas proximidades da estação existiu um engenho de aguardente e rapadura no início do século XX chamado de "Engenho Cacimbas" de propriedade do Sr. Manoel Ignacio de Figueredo.  

A antiga área de embarque da velha estação de Cacimbas no ultimo dia 1° de novembro de 2017. Restando ainda os restos das "mãos francesas" da cobertura. Foto: Emival Galiza Barros.

Lateral esquerda da velha estação de Cacimbas. Foto: Emival Galiza Barros.

Fundos da estação. Foto: Emival Galiza Barros.

Lateral direita. Foto: Emival Galiza Barros.

A estação de Cacimbas ao centro em uma visita anterior em setembro de Emival.