sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Diário de Pernambuco - Horários de Trens da GWBR na Paraíba em 1911

Olá amigo da HFPB. Hoje temos uma matéria do jornal Diário de Pernambuco sobre mudanças no horários dos trens de passageiros anunciado pela GWBR de 24 de setembro de 1911.
Na época, a Great Western tinha o intuito de facilitar ainda mais os meios de comunicações entre os estados da Paraíba e Pernambuco. A companhia resolveu fazer então correr a partir de 1° de outubro, até nova ordem, em caráter provisório o trem inter-estadual. 
Na época ficou estabelecido o serviço diário entre os dois estados, inclusive nos finais de semana. A única exceção foi apenas o ramal que compreendia Itabaiana a Campina Grande, que continuava com os serviços apenas nos dias da semana, sem alteração dos horários.
Essas medidas segundo a companhia eram altamente vantajosas para os usuários deste sistema entre ambos os estados, devido a uma viagem longa e enfadonha. A companhia a partir de então introduziu um elegante carro de restaurante na linha que compreendia Cabedelo e Timbaúba-PE, onde eram servidas rápidas refeições, satisfazendo os clientes.
Era uma forma de aprimoramento por parte da GWBR em melhor fornecer conforto e comodidade aos seus clientes. Abaixo a tabela de horários dos trens na Paraíba:


Horários dos trens nas estações paraibanas em 1911

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Foto Histórica - Destruição da Ponte de Cobé em 1924

Olá amigos do HFPB. Trago hoje uma imagem histórica extraída do livro Evolução Econômica da Paraíba de Celso Mariz de 1939. Trata - se da grande cheia do Rio Paraíba em fevereiro de 1924, ocasionado a destruição completa da antiga Ponte de Cobé, localizada no município de Cruz do Espírito Santo,  construída originalmente pela The Conde D'Eu Railway Company.
A ponte primitiva construída originalmente pela The Conde D'Eu Railway Company entre 1880/83, era constituída por 12 vãos de 10 metros de alma cheia, e 5 vãos de 24 metros de treliça, apoiados sobre cavaletes com colunas de ferro fundido.
Esta ponte foi totalmente destruída com a surpreendente enchente do Rio Paraíba em fevereiro de 1924. 
Uma nota emitida pela Companhia Great Western of Brazil Railway (GWBR) de 8 de fevereiro de 1924, no jornal Diário de Pernambuco durante todo o mês de fevereiro traz o seguinte anúncio, de acordo com a grafia da época:

G.W.B.R.

INTERRUPÇÃO DA LINHA - PONTE DE COBÉ

Em virtude de se achar damnificada a ponte de Cobé em consequencia da grande enchente, achando-se por isso interrompido o trafego de trens sobre a mesma, esta Companhia previne ao publico que até segundo aviso não serão effectuados despachos de carga, bagagem, encommenda e animaes nem emittidos bilhetes de passagens para as estações de Cobé até Natal, inclusive ramaes Alagoa Grande e Tunel.
Recife, 8 de fevereiro de 1924.
A Superintendencia. 

De acordo com o anúncio acima o tráfego entre a capital paraibana e a potiguar ficou interrompido por vários meses, acarretando prejuízos de ambos os estados.
No decorrer do ano com a baixa do volume do tributário, a GWBR construiu uma ponte de madeira provisória, já que a antiga foi totalmente levada pela enxurrada. Devido as constantes enchentes no rio ao longo dos anos, ocasionalmente parte da estrutura da mesma de madeira era danificada, ocasionando interrupções no tráfego. 
Porém, apenas a partir de março de 1940, o governo federal juntamente com o governo estadual decidiram por um fim nesta penúria que se seguia por longos 16 anos. Uma nova ponte seria construída para sanar todos e quaisquer problemas com enchentes, como mencionado anteriormente ocasionava interrupções e prejuízos. Ao longo desses 16 anos a ponte provisória de madeira foi 6 vezes parcialmente destruída pelas águas do Rio Paraíba.
A nova ponte foi inaugurada em 12 de junho de 1941, sendo ela,
...Executada utilizando tão somente ferro e cimentos nacionais, é formada por duas vigas contínuas, cada uma, com 4 vãos de 25 metros e um outro vão de 19 metros, as quais se engastam num pilar central e se apoiam livremente sobre os demais pilares e os encontros. As fundações repousam sobre estacarias de concreto armado que, atravessando o lençol de areia, o qual chega a ter 14 metros de espessura, vão encravar-se cerca de um metro na camada de rocha decomposta que recobre a rocha viva.  
Matéria acima extraída do jornal Diário de Pernambuco de 13 de junho de 1941 sobre a inauguração da nova Ponte de Cobé. Esta tem um total de 250 metros de comprimento, tendo custado aos cofres 1.650.000$000. O ato inaugural contou com a presença do interventor estadual Ruy Carneiro e o superintendente da companhia o engenheiro Manoel Leão.
Estava enfim inaugurada a nova ponte, sanando totais problemas ocorridos pela grande cheia de 1924. 

Ponte de Cobé devastada pelas águas do Rio Paraíba em 1924. 

A nova ponte de Cobé inaugurada em 12 de junho de 1941.