Olá amigos do HFPB. Depois de um período sem postagens, neste dia especial, 30 de abril, Dia do Ferroviário, não poderia passar esta data despercebida, retornando para mais uma postagem histórica.
Recentemente, o amigo jornalista Josélio Carneiro de Araújo, lançou o livro 'Nos Trilhos da Memória - Pare, Olhe, Escute', 2023, que conta um pouco, da história de seu avô maquinista, pai, e tio telegrafistas, além de ocuparem outras funções ferroviárias.
O livro também dedica boa parte a estações que seu querido e saudoso pai, o Sr. João Maria de Araújo ("Seu Dão") trabalhou, em algumas estações, a exemplo de Guarabira, Pau-Ferro, Sertãozinho e Nova Cruz-RN.
De acordo com o Capítulo IV de seu livro, intitulado 'Manuel, João e Jotão, três ferroviários', que conta um pouco da história destes três ferroviários, no caso aqui específico de João Maria de Araújo (Dão), fiz um resumo de sua trajetória como ferroviário:
"Contratado pela Great Western em 1942, aos 23 anos, João Maria de Araújo havia aprendido o ofício da telegrafia em Mulungu por estímulo do pai, a exemplo de tio Jotão. Em sua carteira de trabalho, há registros de contratação pela Great Western de 21 a 29 de julho de 1942 no cargo de ajudante de agente interino, com salário mensal de duzentos e vinte e cinco mil reis. A empresa o readmitiu aos 31 de outubro de 1943, no cargo de ajudante de agente.
O ferroviário João Maria de Araújo chefiou as estações de Pau-Ferro e Sertãozinho. Em Nova Cruz, cidade onde se aposentou, foi auxiliar de agente e telegrafista, mas, na carteira de trabalho, oficialmente, era agente de estação nível 10, categoria MVOP. Sua matrícula na Rede Ferroviária tinha número 6679. Conta minha mãe que, antes mesmo de Pau-Ferro, João Maria de Araújo trabalhou na estação de Guarabira; mas não consegui informações sobre essa fase de sua vida profissional...
O ferroviário João Maria de Araújo foi o agente da estação de Pau-Ferro até o início de 1962, pois, nesse ano, assumiu a estação de Sertãozinho. Não obtive informações sobre quantos anos ele atuou em Pau-Ferro. Em Sertãozinho, meu pai administrou a estação entre 1962 e fevereiro de 1967, quando foi transferido para Nova Cruz.
Na estação ferroviária de Nova Cruz, João Maria de Araújo não exerceu o cargo de agente titular; atuou como auxiliar, ajudante de agente, além da função de telegrafista. Revela minha mãe que o agente era José de Arimatéia, depois seu irmão Ramiro, dois excelentes colegas de trabalho, e, na sequência, um tal Genaro, perseguidor, que acabou levando meu pai a se antecipar e pedir aposentadoria. Dão trabalhou por oito anos – 1967 a 1975 - naquela estação, que era referência, pois ligava Natal a Recife e a João Pessoa. Aposentou-se aos 56 anos de idade, em 1975. A RFFSA planejava transferi-lo para uma cidade do Sertão do Rio Grande do Norte. Ele não aceitou; preferiu pedir a aposentadoria. Teimoso, também recusou o convite do irmão Jotão para trabalhar em Natal por mais dois anos, quando completaria os 35 anos de serviço e teria as vantagens de uma aposentaria regular, como teve o irmão."
Em 24 de novembro de 1983, lamentavelmente, o antigo ferroviário, João Maria de Araújo, falecia, deixando uma saudade enorme na família e amigos. Passou 33 anos trabalhando na ferrovia em dois Estados com muitas histórias pra contar. No belo livro do amigo Josélio, tem muito mais histórias de "Seu Dão", seu tio Jotão e seu pai Manuel na ferrovia, deixando um legado imenso.
Neste dia tão especial, 30 de abril, Dia do Ferroviário, deixo aqui esta singela homenagem do HFPB a todos os ferroviários da história, tanto aqui na Paraíba, quanto em todo o Brasil.
Agradeço ao amigo Josélio pelo belo trabalho de resgate da memória ferroviária de sua família no belo livro 'Nos Trilhos da Memória - Pare, Olhe, Escute', que em breve, terá uma postagem
exclusiva sobre seu conteúdo.
O então Chefe de Estação em Pau-Ferro, no início da década de 1960. Fonte: Nos Trilhos da Memória - Pare, Olhe, Escute.
O ferroviário João Maria de Araújo "Dão", no início da década de 1960 em Pau-Ferro, local onde nasceu seu filho Josélio Carneiro de Araújo. Fonte: Nos Trilhos da Memória - Pare, Olhe, Escute.