Olá amigo do HFPB. É com imensa satisfação que recebi gentilmente do amigo pocinhense Daniel Felix Rodrigues, mais conhecido na região como Tomás D.F.R., imagens de uma visita realizada pelo mesmo a antiga estação de Engenheiro Benévolo, localizada a 14 km da sede municipal de Pocinhos.
A visita foi feita na tarde de domingo, dia 25 do corrente mês, com sua bike. Tomás, tem um canal na plataforma Youtube, que trata de assuntos de mistério e lugares abandonados e históricos da região.
A situação constatada não é nada agradável. Infelizmente a estação está em ruínas, em total estado de abandono. Até mesmo a antiga plataforma teve seus blocos de pedra furtados, uma verdadeira lástima. Telhado, portas, janelas, fiação e iluminação interna e externa, tiveram o mesmo destino. Boa parte da estrutura interna de paredes foi demolida, e no alto onde se encontravam os dísticos na lateral também desapareceu. O entulho destas intervenções se encontra espalhada pelo interior e exterior do prédio.
O estado de conservação não é nada agradável, mas pelo menos, a estação, mesmo com todo este abandono e deterioração, ainda continua de pé, como testemunha dos tempos áureos do transporte ferroviário pelo Estado.
Mas este cenário de total abandono e deterioração do prédio já era esperado. Em meados de 1980 o tráfego de trens de passageiros no interior paraibano foi interrompido para nunca mais voltar. Algumas estações que integravam o trecho entre Paraíba e Ceará, eram exclusivas apenas para o transporte de passageiros, sendo que estas dependiam diretamente deste fluxo. Com a interrupção deste sistema, elas perderam suas funções de embarque e desembarque de passageiros, acarretando fechamentos e abandonos.
Engenheiro Benévolo não foi diferente, a estação atendia principalmente habitantes da zona rural dos municípios de Pocinhos e Olivedos. Estas pessoas dependiam exclusivamente do transporte ferroviário de passageiros, já que na época, somente por via férrea poderiam chegar a grandes centros urbanos regionais a exemplo de Campina Grande, João Pessoa, Fortaleza, Recife, Natal, entre outras. Desde a década de 1980 encontrasse neste estado, piorando ainda mais com as seguidas "pilhagens" em sua estrutura.
A estação foi construída no lugar conhecido como Lagamar, próximo da divisa entre os municípios de Pocinhos e Olivedos, a cerca de 13,5 km da estação de Pocinhos e a 52 km da estação de Campina Grande.
Construída pela Empresa Construtora Camillo Collier Ltda, constituía uma das estações do ramal entre Campina Grande a Patos, iniciada no final da década de 1940 e concluída em sua totalidade em 8 de fevereiro de 1958, quando foi festivamente entregue o trecho. Seguia a linha arquitetônica de estações do ramal, ou seja, em estilo Art Decó, vigente na época. Não há evidências no local que tenha existido um armazém, porém
A primeira vez que a estação recebeu um trem foi no dia 21 de janeiro de 1956, quando ocorreu a entrega festiva do trecho entre Campina Grande e Soledade. No ano seguinte, em fevereiro de 1957, teve início o tráfego de trens de passageiros e cargas entre Campina Grande e Juazeirinho.
O ramal se encontra em total abandono, desde o início da década de 2010, quando o tráfego de trens de cargas fora interrompida, e até o momento não tem projeto de retorno.
Agradeço mais uma vez ao amigo Tomás D.F.R. pelo envio destas preciosas imagens. O link do seu canal no youtube é este, se inscrevam:
A deteriorada estação de Engenheiro Benévolo. Detalhe que nem a plataforma escapou da "pilhagem". Foto: Tomás D.F.R.
A estação de Engenheiro Benévolo, a muito tempo abandonada e deteriorada. Foto: Tomás D.F.R.
A estação de Engenheiro Benévolo, a muito tempo abandonada e deteriorada. Foto: Tomás D.F.R.
Vista da antiga entrada da estação de Engenheiro Benévolo. Foto: Tomás D.F.R.
Aspecto interno bastante deteriorado da estação. Foto: Tomás D.F.R.
Mais um aspecto interno onde as paredes foram derrubadas. Foto: Tomás D.F.R.
Aspecto externo da estação, com a parte superior onde se localizava o dístico desaparecida há tempos. Foto: Tomás D.F.R.
Mais um aspecto da antiga entrada da estação. Foto: Tomás D.F.R.
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