Olá amigos do HFPB. Em mais uma série sobre 'Obras D'Artes' desta vez sobre a bela ponte metálica sobre o Rio Guarabira, que corta parte da cidade de mesmo nome.
A Ponte do Rio Guarabira, está localizada na área urbana da cidade de Guarabira, Brejo Paraibano, a cerca de 180 metros da estação local. Foi de fato, a primeira grande 'Obra D’Arte' de expressão, integrante do então prolongamento ferroviário entre as cidades de Nova Cruz, no Rio Grande do Norte e a então Independência, antigo nome de Guarabira.
De acordo com o Decreto Lei de n° 4.111 de 31 de julho de 1901, ficou obrigada a companhia Great Western of Brazil Railway (GWBR) construir e concluir o prolongamento entre Independência a Nova Cruz pela importância na época do custo de 170.00 libras em títulos de 4%. Os trabalhos foram iniciados no dia 15 de julho de 1902, sendo concluído no final de 1903. O ramal foi oficialmente inaugurado no dia 1 de janeiro de 1904, finalmente ambos os Estados estavam ligados via férrea, com um trecho total de 50 quilômetros entre ambas as cidades.
De acordo com o Relatório do Governo Federal de Viação e Obras Públicas de 1904, foram construídas no ramal ao todo cinco pontes, sendo, como mencionado anteriormente, a Ponte do Rio Guarabira a primeira em construção do referido trecho, com apenas um vão de 17,50 metros de comprimento, a partir de 1902. Construída com superestrutura metálica resistente, em treliça, provindos da Inglaterra, sendo apoiados por ombreias a base de pedras untadas com cimento.
Muito similar a outra ponte com superestrutura metálica, em treliça, sobre o Rio Bananeiras, no Sítio Passassunga, uns dois quilômetros após a estação de Itamataí.
Segundo outro relatório, este de 1905, o serviço de tráfego realizado durante o ano de sua inauguração foram feitas por 15 locomotivas tendo percorrido um total de 109.986 Km, realizados em trens mistos, de cargas e especiais.
Passaram inúmeras riquezas sobre esta ponte, trafegando produtos diversos, destacando a produção do agave e algodão, extraídos na região e exportados para os recantos de todo o Nordeste, além do transporte de passageiros. Devido a este intenso fluxo econômico empregado pela implantação ferroviária, já nas primeiras décadas do século XX, a cidade de Guarabira não tardou para alcançar o status de maior cidade do Brejo Paraibano, e uma das mais importantes de todo o Estado da Paraíba.
Como todo o trecho ferroviário do interior paraibano, em especial nesta ligação Paraíba - Rio Grande do Norte, foi inexplicavelmente desativado. O último registro que se tem notícia de tráfego neste trecho aconteceu por volta de 2000 para nunca mais voltar, se encontrando no total e absoluto abandono.
Foi pintada pela administração municipal há alguns anos nas cores que se encontra. Poderia também ser conhecida atualmente como “Ponte Azul”.
FONTES: Relatório do Governo Federal de Viação e Obras Públicas de 1904 e 1905.
Aspecto da Ponte do Rio Guarabira. Foto: Jônatas R. Pereira em 2017
Aspecto da superestrutura metálica em treliça. Foto: Jônatas R. Pereira em 2017
Sinalizador instalado na década de 1990 na entrada da ponte para a PN (Passagem de Nível) logo adiante. Foto: Jônatas R. Pereira em 2017
Aspecto do sinalizador instalado na década de 1990 na entrada da ponte. Foto: Jônatas R. Pereira em 2017
Descaso e falta de respeito com o patrimônio ferroviário, tem como exemplo a estação de Guarabira, no total abandono e destruição da mesma, entra prefeito sai prefeito e nada se faz, um absurdo.
ResponderExcluirIsso mesmo caro amigo Emival. É um verdadeiro descaso por parte do patrimônio histórico ferroviário neste país.
ExcluirNo Sul tambem praticamente todas as ferrovias foram desativadas. Fica a Memoria e a nostalgia de um periodo que nao volta mais. Em Seara nunca teve trilhos de trem.Parabens Jonatas, o Povo Brasileiro agradece. Abracos aqui de Seara/SC
ResponderExcluirExatamente, um verdadeiro absurdo que cometem com nossas ferrovias.
ExcluirO Brasil perdeu muito com a falta de investimento ferroviário.
ResponderExcluirMais o vandalismo feitos nas estações desativadas é culpa da própria sociedade que não tem educação e cultura, de manter a sua historia viva e intacta.
Exatamente, uma verdadeira lástima essa situação. Abraços amigo.
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